Aumento brutal
A GGTP-IN acusa o Governo de «manipulação descarada» ao referir que 5,2 milhões de utentes poderão vir a usufruir de isenção de pagamento de taxas moderadoras e que por insuficiência económica há um acréscimo de 800 mil utentes.
Não pode haver justificações quando se trata da vida humana
Em comunicado, a Intersindical recorda que para aferir a insuficiência económica vão entrar rendimentos para apurar a isenção, que não eram considerados anteriormente, nomeadamente o valor global das prestações sociais pagas pelos serviços e entidades do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social e o valor global dos apoios à habitação atribuídos com carácter de regularidade.
Depois, denuncia a CGTP-IN, muitos dos utentes que eram isentos devido à sua condição de saúde «vão deixar de o ser», outros «só para alguns cuidados de Saúde», e outros ainda «só no âmbito dos cuidados de Saúde primários». Por outro lado e pela primeira vez, as consultas de enfermagem ou de outros profissionais que não eram taxadas passaram a sê-lo (quatro euros nos cuidados de Saúde primários e cinco euros nos hospitais).
A CGTP-IN critica ainda o facto de as listas de espera para exames nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) irem para além dos 105 dias. «De facto, muitos meios de diagnóstico e terapêutica eram realizados no sector privado, quando os serviços públicos os podiam realizar. Mas é de todo intolerável, como é referido em casos graves, como os doentes oncológicos, que as esperas se façam sentir», defende a Intersindical, lamentando que muitos doentes tenham de recorrer ao sector privado ou «quem de todo não tem possibilidades não os faz, com consequências gravíssimas para a vida das pessoas».
No entanto, continua, «se o SNS não tem capacidades ou não teve tempo para organizar os recursos, o Governo tem a obrigação de responder a esta grave situação».