Coimbra necessita de mais de 500 habitações sociais

Novas formas de pobreza

Os novos pedidos de habitação entrados na Câmara de Coimbra duplicaram em relação a 2009 e, «a cada dia que passa, há mais famílias» a procurar este apoio, revelou Francisco Queirós, vereador da CDU.

Novas situações de emergência em Coimbra

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Até ao dia 20 de Dezembro foram recebidos 311 novos pedidos de casa, número que em 2009 se cifrava nos 153 (e no ano passado em 283). «A cada dia que passa há mais famílias que deixam de conseguir cumprir o pagamento da sua habitação, quer se trate de uma renda ou de uma prestação à banca, o que se traduz no aumento de despejos e, consequentemente, de procura de habitação social», salientou, em conferência de imprensa, o eleito do PCP, informando que, actualmente, existem «cerca de 600 pedidos de habitação registados e activos» no Departamento de Habitação, sendo que 85 estão já enquadrados em situações de emergência.

«Apesar de o município de Coimbra deter cerca de mil fogos, quase completamente ocupados, o parque habitacional municipal mostra-se claramente insuficiente para dar resposta a esta situação, que tenderá a agravar-se nos próximos anos», alertou Francisco Queirós.

O vereador comunista frisou ainda que, «em termos imediatos», para responder às solicitações, a Câmara de Coimbra precisa de mais 500 habitações. «Neste momento, as habitações municipais que vão ficando disponíveis, que estão a ser reabilitadas, ou mesmo as que irão ser construídas estão já adstritas aos agregados inscritos no Programa PROHABITA, não havendo assim capacidade de resposta para as novas situações de emergência», lamentou.

Neste sentido, Francisco Queirós lembrou a importância da elaboração do Programa Local de Habitação e destacou, entre várias propostas aprovadas em reunião de Câmara, a inclusão, nos novos loteamentos em curso e nas áreas de reabilitação urbana, de uma percentagem de área construída destinada a habitação a custos controlados e o levantamento de fogos devolutos, visando a sua rentabilização.

Segundo o vereador da Habitação, «o cenário de ataque» às funções sociais do Estado, de diminuição dos rendimentos de trabalhadores, pensionistas e reformados e de aumento de impostos e dos preços dos bens essenciais, «repercute-se directa e brutalmente na vida quotidiana das famílias e na sua capacidade de satisfazer as mais elementares necessidades, entre elas o acesso à habitação».

De acordo com Francisco Queirós, «as políticas governamentais conduzem a uma nova pobreza, que se traduz num novo tipo de procura de habitação social que atinge hoje mais jovens (sobretudo mulheres), com qualificações (muitas vezes de nível superior), com filhos menores, muitas vezes em situação de desestruturação familiar, que perderam o emprego ou vivem uma situação laboral precária, como mostram os números de evolução do desemprego» no concelho.



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