Em defesa do Hospital de Serpa
A manutenção e a reposição de serviços no Hospital de S. Paulo, na cidade alentejana de Serpa, é exigida numa petição com cerca de 4500 assinaturas entregue na semana que antecedeu o Natal na Assembleia da República.
Da iniciativa da Câmara, Assembleia Municipal e juntas de freguesia do concelho de Serpa, o documento foi lançado após a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo ter convertido o laboratório de análises clínicas do Hospital de Serpa em posto de colheitas.
Além da manutenção dos serviços que existem no Hospital de Serpa e reposição dos já retirados, como o laboratório, os signatários da petição exigem a prometida instalação do Serviço de Urgência Básica (SUB) e a «continuação, com qualidade», de todas as extensões de Saúde existentes no concelho.
Depois de considerar que «o encerramento progressivo dos diferentes serviços» daquela Unidade de Saúde «é mais um passo para a desertificação humana e a perda de qualidade de vida das populações da margem esquerda do Guadiana», o texto lembra ainda que naquela região, «onde as distâncias a percorrer são grandes e não há transportes públicos adequados, a população é idosa e as pensões baixas, o desemprego grassa e os jovens abalam e poucos retornam, a existência de um equipamento com as valências que o Hospital de Serpa tinha faz toda a diferença», não só para o concelho de Serpa como para os seus vizinhos de Moura, Mértola e Barrancos.
O encerramento do laboratório de análises clínicas ocorreu depois de outros serviços terem levado o mesmo destino, como o bloco operatório, a farmácia e as consultas de especialidade (cirurgia, medicina, ortopedia e oftalmologia).
A completar este dramático quadro, segundo a petição, «foram também reduzidas as consultas de diabetes, a fisioterapia deixou de ter transportes, o serviço de RX não tem radiologista, o internamento passou a Unidade de Cuidados Continuados e foram transferidos para Beja alguns serviços».