Odivelas contra retirada de transportes
Centenas de pessoas participaram, no dia 17, em Odivelas, numa manifestação em defesa dos transportes públicos do concelho.
Estratégia de desmantelamento do Estado Social
A manifestação, promovida pela Comissão de Utentes dos Transportes Públicos de Odivelas (CUTPO), percorreu as ruas de Odivelas, com início na Rotunda da Patameira e fim junto à Estação de Metro de Odivelas, locais simbólicos, uma vez que o pacote de medidas constantes da Proposta de Reformulação da Rede de Transportes na Área Metropolitana de Lisboa inclui o encurtamento do percurso do autocarro 36, que passará a ficar no Sr. Roubado, e o encerramento do Metro às 21.30 horas, entre o Campo Grande e Odivelas.
No final do protesto intervieram Carlos Braga, do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, Manuel Leal, dirigente sindical e membro da Comissão de Trabalhadores da Carris, e Maria da Luz Nogueira, da CUTPO.
Carlos Braga criticou o forte ataque aos serviços públicos, nomeadamente na área da Saúde, com o agravamento das condições na prestação de cuidados de Saúde e o aumento das taxas moderadoras, e na Segurança Social, com a diminuição dos apoios às populações, em particular aos reformados e desempregados. Sobre a área dos transportes, salientou que as medidas do Governo integram-se numa estratégia de desmantelamento do Estado Social com grande prejuízo para as populações.
Manuel Leal destacou, por seu lado, a importância da acção das populações na defesa dos transportes públicos, referindo tratar-se de uma luta que se está a desenvolver em muitas localidades e que há uma grande convergência entre os interesses das populações e dos trabalhadores dos transportes, pois todos defendem um objectivo comum: a manutenção do serviço público de transportes.
Maria da Luz Nogueira referiu que a Comissão de Utentes, confrontada com a gravidade das medidas estabelecidas na Proposta de Reformulação da Rede de Transportes na Área Metropolitana de Lisboa, apresentada por um grupo de trabalho que mais não é do que um testa de ferro do Governo, partiu para o contacto com os utentes do Metro e da Carris, informando e denunciando o que está em causa. Salientou ainda que a indignação tem sido generalizada, com as pessoas a questionarem como é que se deslocam quando trabalham à noite por turnos, quando entram muito cedo, ou quando saem das aulas depois das 22 e das 23 horas.