O Seguro do Pacto

Carlos Gonçalves

No percurso da política de direita, PS, PSD e CDS têm inúmeras vezes funcionado como seguro de vida na continuidade dos ditames do grande capital nacional e transnacional. No governo, ou na «oposição», ora uns, ora outros, em «dramáticas» crises políticas e «violentas» «guerras de alecrim e manjerona», com imaginosas encenações e cuidadosa gestão do grande capital, têm sucessivamente variado o «speaker» para perpetuar esta desgraçada política de exploração e opressão de classe, de injustiças e alienação de soberania.

Desta vez, a ofensiva dos grandes interesses é ainda mais funda e mais violenta e se é verdade que coloca Portugal no caminho do desastre é também verdade que, com mais clareza, confronta os trabalhadores e o povo com a urgência de rejeitar o pacto de agressão e encetar uma verdadeira alternativa. São grandes os riscos e, também por isso, o pacto de agressão, submissão e extorsão, foi garantido à nascença por uma apólice com assinaturas da troika nacional, uma espécie de seguro «banda larga» contra todos os riscos.

Na aprovação do OE, emanação do pacto, AJSeguro do PS foi o agente desta apólice. As suas propostas «fracturantes» foram pouco mais que coreografia, com PSD/CDS e PS a cumprir o seu papel na farsa ditada pelos grandes interesses, para que o OE não pareça o que desgraçadamente é –

A «violenta» abstenção do PS no OE, precedida da «vergonhaça» de AJSeguro ter querido votar a favor das alterações, comprova que ele e o PS estão cá para servir os «altos interesses» e permitiu clarificar a «oposição responsável» que o grande capital acarinha. No fundo todos sabem, PS/PSD/CDS e capital mandante, que a verdadeira oposição, para um novo rumo patriótico e de esquerda está do lado da luta de massas, do reforço e afirmação do Partido e da acção convergente dos democratas e patriotas.

Não há Seguro do pacto capaz de travar o passo a um Portugal com futuro.



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