Mobilizar e organizar
Os esforços intensificam-se e convergem, nos dias que faltam até 24 de Novembro, para ganhar mais apoios para a greve geral e organizar os piquetes nas empresas e serviços.
Com motivos justos, a luta continua e cresce
Dirigentes, delegados e activistas sindicais, membros de comissões de trabalhadores, células do PCP e estruturas locais, concelhias e regionais prosseguem por todo o País uma acção persistente, de esclarecimento e mobilização, para que o dia da greve geral constitua um marco na elevação da luta contra as graves medidas que o Governo inscreveu na sua proposta de Orçamento do Estado para 2012 e contra a política de que elas fazem parte.
«Crescem os compromissos de participação», nota a direcção da Fiequimetal/CGTP-IN, que num balanço divulgado anteontem afirma estarem marcados, para os próximos dias, mais de 300 plenários e centenas de outros contactos. Nas centenas de reuniões de trabalhadores já realizadas, «foi unânime a rejeição das políticas do Governo que, em nome de um pretenso combate à crise, estão a empobrecer os trabalhadores, a afundar a economia do País, a liquidar milhares de postos de trabalho no sector produtivo e a concentrar cada vez mais a riqueza num número reduzido de grandes accionistas dos grupos económicos e financeiros», congratula-se a federação.
Uma amostra das acções em curso encontra-se no «diário da greve geral», publicado pela CGTP-IN no sítio www.grevegeral.net, onde ainda podem ser obtidos o manifesto da central e outros documentos, em distribuição desde o início deste mês. São referidos plenários distritais em Bragança (dia 7), em Aveiro (dia 2) e em Coimbra (dia 9), e aprovação de moções em empresas, como a Lisboagás, a EDP, a Amarsul, a OTIS, a Petibol, a Repoven, os Serviços Municipalizados de Castelo Branco, a SC C. Santos. Diversas organizações sindicais apresentaram os seus pré-avisos de greve. Assinala-se igualmente a colocação de faixas e cartazes nas ruas.
Sem constarem na amostra, chegaram à nossa redacção moções aprovadas pelos trabalhadores na Fábrica Portuguesa de Segmentos e na Albra Alumínios e na Itron (todas de Braga). Na Guarda, na segunda-feira, os participantes no plenário da União dos Sindicatos reafirmaram o empenho na realização acções convergentes, destacando as que foram marcadas para anteontem e hoje, nos dois hospitais do distrito, e o «roteiro» por empresas, no dia 21. A Comissão de Trabalhadores da Portugal Telecom expressou apoio unânime à greve geral, juntando aos motivos comuns a denúncia do congelamento salarial que a administração está a procurar impor. À participação na greve geral apelou também a Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal. O CESP produziu folhetos específicos para o pessoal das grandes cadeias de distribuição comercial, das instituições particulares de solidariedade social, e das misericórdias.
Concentrações
Tal como decidiu o Conselho Nacional da CGTP-IN, ao anunciar a greve geral, estão a ser organizadas para dia 24, pelas uniões distritais de sindicatos, iniciativas de rua com que se procura «dar expressão pública à indignação geral contra a política de direita e as posições retrógradas do patronato, e exigir uma mudança de política que respeite e valorize os trabalhadores e assegure o desenvolvimento económico e social do País».
Foram já anunciadas concentrações nos distritos de:
- Lisboa, no Rossio, a partir das 11 horas, e frente à Assembleia da República, a partir das 15 horas;
- Porto, na Praça da Liberdade, das 15 às 17 horas;
- Setúbal, às 11 horas, no Largo da Misericórdia e, às 15 horas, no Barreiro (Largo Catarina Eufémia), em Alcácer do Sal (Largo Pedro Nunes), em Grândola (Largo das Palmeiras), em Santiago do Cacém (junto à Rodoviária) e em Sines (no Jardim das Descobertas);
- Aveiro, a partir das 15 horas, em Santa Maria da Feira (junto à Câmara Municipal), São João da Madeira (no centro), Aveiro (na Praça Joaquim Melo Freitas), Águeda (Largo do ZIP) e Ovar (Largo do Tribunal).
Para 30 de Novembro, a partir das 9 horas, as uniões dos Sindicatos de Lisboa e de Setúbal convocaram anteontem uma concentração frente ao Parlamento, realçando desde já que «depois daquela que vai ser uma grandiosa greve geral, a luta vai continuar». Para aquele dia está marcada a votação final global do Orçamento do Estado.