10.º Congresso da União dos Sindicatos de Lisboa

Mais força para a luta

Construir, a partir dos locais de trabalho, uma forte unidade que garanta o sucesso da greve geral e a intensificação da luta foi conclusão central do 10.º Congresso da União dos Sindicatos de Lisboa.

Com mais sindicatos, mulheres e jovens, a direcção sai reforçada

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O Congresso da USL/CGTP-IN, que decorreu sexta-feira e sábado, no cinema São Jorge, elegeu a direcção para um novo mandato de quatro anos. Sob o lema «Unir, lutar, avançar, transformar o futuro com a força de quem trabalha», assumiu como «tarefa imediata» construir, a partir dos locais de trabalho, uma forte unidade que garanta enorme expressão à greve geral de dia 24 , para a qual a união tem agendados mais de 800 plenários no distrito. Até lá, os sindicatos vão desenvolver «um intenso trabalho de intervenção e esclarecimento», garantiu na intervenção final o coordenador da união, Libério Domingues, membro da Comissão Executiva da CGTP-IN.
Saudando os dirigentes que cessaram o mandato e «tudo fizeram pela revitalização do movimento sindical de classe», e os que agora assumiram funções, Libério Domingues destacou e agradeceu, além de outras saudações que foram chegando ao congresso, o apoio da Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP, referência que mereceu forte aplauso dos congressistas.
A nova direcção da USL «tem, na sua composição, mais mulheres, jovens e sectores do que a cessante», revelou, considerando que «este congresso correspondeu à vontade dos trabalhadores da existência de um movimento sindical que levanta bem alto a  bandeira da luta em unidade, por melhores condições de vida e de trabalho».

 

É tempo de agir


«Quando está em causa a dignidade, a justiça e a democracia não há sacrifícios que não se justifiquem», afirmou o Secretário-geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho da Silva, na intervenção que encerrou os trabalhos.
Condenando a política do Governo, apelou a uma intensificação do combate à resignação, em todas as frentes e locais de trabalho, explanou os perigos de retrocesso social e civilizacional e de empobrecimento decorrentes da concretização das medidas constantes no Orçamento do Estado do Governo e no pacto de agressão, acordado com a troika estrangeira, salientando que «é tempo de agir» contra a liquidação de direitos e para impedir a destruição da contratação colectiva.
«A greve geral é inevitável e de extrema importância para reforçar a luta que vai continuar, porque há alternativas», disse, recordando que no dia 24, além dos piquetes de greve nos locais de trabalho, também ocorrerão concentrações em espaços públicos.

Os delegados decidiram, sexta-feira, deslocar-se em manifestação até à Assembleia da República, para ali protestarem contra o Orçamento do Estado para 2012, na altura em que decorria a votação na generalidade.

 

Metas de trabalho e solidariedade

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Por unanimidade e aclamação foram aprovados o Programa de Acção para o próximo mandato, o Relatório de actividades dos últimos quatro anos e o Programa de Actividades para o próximo mandato, e uma resolução sobre o «Reforço da organização sindical de base», necessidade que nas intervenções dos representantes de cada sindicato foi muito salientada como fundamental para aprofundar o trabalho de crescimento e de rejuvenescimento do movimento sindical unitário de classe.

Por unanimidade e aclamação os delegados aprovaram moções de «solidariedade com os trabalhadores da Administração Pública», de «defesa dos serviços públicos de correio», de «solidariedade com os trabalhadores e o povo palestiniano»,  e de «solidariedade com os trabalhadores e o povo saaráui».

Uma moção proposta pelo SPGL foi integrada na resolução aprovada sexta-feira, diante da Assembleia da República, por unanimidade e aclamação, intitulada «Reforçar e ampliar a luta contra o programa de agressão, contra o Orçamento de retrocesso e empobrecimento».

 

Balanços e linhas da acção



No Congresso foram apresentados balanços do trabalho sindical desenvolvido ao longo do último quadriénio. Os dirigentes sindicais teceram duras críticas à política dos governos dos últimos anos, destacando-se os governos do PS e José Sócrates e o actual, de Passos Coelho e do PSD/CDS-PP.
Membros da direcção cessante apresentaram relatórios subordinados a «Salários» (Navalha Garcia), «Emprego» (Fernando Ambrioso), «Serviços públicos» (Manuel Correia), «Contratação colectiva, direitos, liberdades e garantias» (Fátima Messias), «Intervenção sindical para a igualdade» (Manuela Prates), e «Informação e propaganda» (Célia Portela).
Durante os dois dias intervieram dirigentes e delegados de sindicatos da Administração Local, Função Pública, Interjovem, sector industrial (SITE CSRA/Fiequimetal), do Município de Lisboa, dos professores, dos enfermeiros, da hotelaria, restauração e similares, das indústrias eléctricas, dos ferroviários, dos rodoviários, dos CTT, das artes e espectáculos, das Telecomunicações e audiovisual, da Inter-Reformados, de trabalhadores imigrantes, do Comércio, dos  médicos, do STAD, da Hotelaria, da actividade financeira e dos trabalhadores civis das Forças Armadas.

O Dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, Vítor Jesus, interveio apelando à subscrição do abaixo-assinado «Em defesa da água pública» e contra a sua privatização, posto a circular durante o decorrer dos trabalhos.



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