PCP debate MPME
Mais de cem pessoas – grande parte das quais micro e pequenos empresários – participaram, no dia 4, em Évora, no jantar/debate sobre As empresas e a crise, promovido pelo PCP. As intervenções estiveram a cargo dos deputados João Oliveira e Agostinho Lopes, este igualmente membro do Comité Central, do economista Octávio Teixeira e de Quintino Aguiar, dirigente associativo dos MPME.
No debate ficou claro que os micro, pequenos e médios empresários sofrem dos mesmos problemas que a generalidade da população face ao poderio dominador e explorador do grande capital económico e financeiro: muitos milhares têm mesmo ido à falência em virtude não só da concorrência desleal movida pelos grandes grupos económicos como pelo cada vez mais baixo poder de compra dos portugueses.
Como deixou claro Quintino Aguiar, os interesses e problemas das empresas não são todos iguais, pelo que as empresas de menor dimensão devem aderir à única confederação que não aceita no seu seio grandes empresas – a Confederação Portuguesa de Micro, Pequenos e Médios Empresários (CPPME). O reforço desta estrutura é, na opinião do dirigente associativo, a forma mais eficaz de intensificar a reivindicação da eliminação do Pagamento Especial por Conta (PEC), da entrega do IVA após boa cobrança, da equiparação do IVA com Espanha, da redução dos custos energéticos.
Agostinho Lopes vincou a longa luta do PCP na defesa dos MPME e a sua intervenção constante na Assembleia da República, salientando a incompatibilidade entre os interesses dos micro, pequenos e médios empresários e o capital monopolista e transnacional e o capital financeiro. Já João Oliveira alertou para as imensas dificuldades que o Orçamento do Estado para 2012 vai criar para a generalidade da população e, concretamente, para os MPME.
Octávio Teixeira protestou com veemência contra os sacrifícios impostos à maioria dos portugueses em benefício do sector financeiro. O economista advogou ainda a renegociação da dívida pública, de imediato, antes que se atinja a situação da Grécia, e que, a não ser feita, colocará Portugal na «situação dramática» que esse país enfrenta neste momento.