Por um serviço público de Cultura
A prova do renascer da mobilização de criadores e outros trabalhadores da Cultura contra os sucessivos e brutais cortes orçamentais e outras medidas gravosas para o sector, pôde verificar-se pelo conjunto de intervenções que enriqueceram o debate público realizado no passado dia 5 em Palmela. Dos cerca de 40 participantes destacavam-se responsáveis do Teatro do Elefante, Teatro Extremo e do FIAR.
Na intervenção de abertura, o deputado do PCP e membro do Comité Central, Bruno Dias, deixou um apelo ao reforço da luta contra a desresponsabilização do Estado e por um verdadeiro serviço público de apoio à criação contemporânea e de inventariação, defesa e salvaguarda do património cultural. O deputado comunista acrescentou ainda que «certamente que os governantes portugueses lêem com atenção a Constituição da República, mas com a intenção de pura e simplesmente fazerem o contrário do que ela consagra».
Em várias intervenções denunciou-se a atribuição de subsídios em função da bilheteira, resultante da comercialização da cultura, e reconheceu-se o valor ímpar do projecto autárquico do PCP também para a formação de públicos. Todas elas convergiram para a convicção de que os profissionais do sector engrossarão a greve geral de 24 de Novembro. Os participantes na sessão manifestaram o seu apoio à petição As Artes e a Cultura para além da crise e o Manifesto em Defesa da Cultura.
Falaram ainda, da mesa, a presidente da Câmara Municipal de Palmela, Ana Teresa Vicente, Alberto Pereira, da Comissão Concelhia do Partido, e Valdemar Santos, da DORS.