Quedas

Era uma vez uma ponte quinhentista sobre o Rio Vouga, que servia as populações do concelho de Águeda, distrito de Aveiro. Quando se diz «quinhentista» está-se a dizer que foi construída há cerca de 500 anos, o que é obra. E para estar este tempo todo a funcionar, decerto que foi recebendo obras de melhoramento ao longo dos séculos. Até lhe falhar uma dessas obras – a que deveria ser feita no século XX, o mais tardar na primeira década do século XXI. Por isso parte da ponte ruiu, arrastando um caminhante desprevenido para uma queda de 20 metros e de onde saiu (felizmente) apenas ferido.

Portanto, está encontrada a causa desta queda da ponte quinhentista do Rio Vouga: a falta de obras de melhoramento.

Resta apurar os responsáveis.

A Câmara Municipal de Águeda, de maioria PS, desculpa-se com a «falta de verbas para tão vultosa obra». Esta justificação é contestada por outros autarcas do concelho, que apontam a falta de medidas que evitassem a tragédia, como o encerramento atempado da ponte e as obras de reparação que deveriam ter ocorrido há três anos.

Mas há aqui «coisas».

Primeira: a decisão governamental de, em 1996, fazer transitar a vigilância destas pontes para a tutela municipal. Obviamente, as câmaras não têm capacidade técnica e, sobretudo, financeira para tão grande responsabilidade – como bem se viu na tragédia da ponte de Entre-os-Rios, em 2001.

Segunda: definida a responsabilidade central do Estado (e dos governos que, sucessivamente, o gerem a seu bel-prazer) nesta questão das pontes, é um crime configurado não cuidar adequadamente de estruturas fundamentais como estas.

 

Línguas

 

A «contenção orçamental» vai implicar cortes no ensino da Língua Portuguesa no estrangeiro, que é ministrado a luso-descendentes fora dos horários escolares. Obviamente, uma medida criticada pelos emigrantes.

Que ninguém se espante. Se esta gente do Governo, que está a tentar desmantelar o regime democrático peça a peça, está a atacar forte e feio o Ensino público dentro de portas, como é que se iria preocupar com os filhos dos emigrantes?

 

Inflação

 

No passado mês de Outubro a inflação em Portugal atingiu uns «inesperados» 4,24% e sabem porquê? Apenas porque a subida do IVA sobre a electricidade e o gás «empurrou» a dita cuja inflação.

Imaginem quando a generalidade dos alimentos começarem também a subir com o mesmo IVA...

 

Juros

 

Quando Berlusconi foi afastado do governo italiano e anunciada a indigitação de Mario Monti para o cargo, os famosos «mercados» pareceram «acalmar». Dizia-se que este honorável Monti trazia «confiança». Passados dois ou três dias a «calma» foi ao ar e regressou a voracidade dos mercados a abocanhar a Itália.

O «bicho» é insaciável, ainda não perceberam?



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