Um mi­neiro de 20 anos so­freu um aci­dente mortal, na se­gunda-feira à tarde, na Mina da Pa­nas­queira. O STIM res­pon­sa­bi­lizou a ad­mi­nis­tração da So­jitz Be­ralt Tin Por­tugal pelas «pés­simas con­di­ções de tra­balho no in­te­rior da mina e au­sência de for­mação sobre pre­venção de riscos», e o PCP ex­pressou so­li­da­ri­e­dade aos mi­neiros que re­cu­saram en­trar nas ga­le­rias após o aci­dente.

Em con­fe­rência de im­prensa, na Bar­roca Grande, o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da In­dús­tria Mi­neira re­feriu an­te­ontem que não houve in­ter­venção de um es­com­breiro, «cuja prin­cipal função é ve­ri­ficar o es­tado em que se en­con­tram as frentes após os re­ben­ta­mentos». O jovem fa­le­cido em re­sul­tado de um de­sa­ba­mento «com­pletou em Se­tembro um ano na em­presa, sem que tenha re­ce­bido ac­ções de for­mação de­vi­da­mente es­tru­tu­radas, com o ob­jec­tivo de pre­venir riscos que são ine­rentes a uma ac­ti­vi­dade exer­cida em con­di­ções bas­tante ad­versas». O sin­di­cato de­nun­ciou ainda «a pressão exer­cida sobre a mai­oria dos tra­ba­lha­dores, com o ob­jec­tivo ina­cei­tável de au­mentar a pro­dução, para atingir o lucro rá­pido».

O Se­cre­ta­riado da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Cas­telo Branco do PCP, num co­mu­ni­cado que emitiu terça-feira, re­cordou que «o re­forço de meios e me­didas no plano da hi­giene e se­gu­rança no tra­balho, a for­mação na mina e a do­tação de me­ca­nismos ne­ces­sá­rios de se­gu­rança no in­te­rior da mina, há muito que são re­cla­mados pelos tra­ba­lha­dores e pelo seu sin­di­cato», para «travar e in­verter os nú­meros de aci­dentes que ao longo dos anos têm sido re­gis­tados».