A Praça das Manifestações
O Ministério da Economia e do Emprego e o Parlamento foram os destinatários dos protestos, mas estes ganharam visibilidade na Praça Luís de Camões.
O Governo não resolve mas não pode esconder
Já estão a tornar-se habituais os camiões da TNC junto à estátua do poeta. Durante a luta pela viabilização da empresa e mantendo desde 14 de Julho a vigília nas instalações em Alverca, já por várias vezes os trabalhadores da transportadora de mercadorias, em processo de insolvência, foram aos gabinetes da Rua da Horta Seca, onde acabam por regressar, já que as promessas não se concretizam, os salários estão por pagar e mantém-se o perigo de ficar a falência como um facto consumado.
Na passada terça-feira, juntaram-se-lhes dezenas de trabalhadores (mulheres, na maioria) da Bonvida Porcelanas, que continuam com salários em atraso e voltaram a receber nova comunicação patronal de «dispensa» do serviço. Para as estruturas da CGTP-IN que acompanham o processo, trata-se de uma dupla ilegalidade, que visa fins alheios à actividade da empresa. Receberam, no local, a solidariedade do PCP, pela voz do deputado Bruno Dias. Ontem iriam estar frente à ACT de Leiria e hoje concentram-se frente à CM da Batalha. Mantêm a vigília na fábrica desde o dia 5.
Para ali se encaminharam, também anteontem de manhã, representantes dos trabalhadores da Carris, que apontaram a imposição generalizada do uso de gravata pelos motoristas, incluindo um trabalhador que não pode fazê-lo por motivos de saúde, como exemplo da situação que se vive na empresa – fruto de uma política e uma gestão que procura a privatização, pelo menos, das partes mais rentáveis da transportadora de passageiros da capital – e para apelar à participação na manifestação de 1 de Outubro.
À Praça Luís de Camões regressaram, na sexta-feira, os activistas da Interjovem, que ali tinham estado uma semana antes, com professores, em luta contra a generalizada precariedade do emprego e o aumento do desemprego. No dia em que a AR debateu uma petição que teve o suporte de mais de 20 mil assinaturas, recolhidas pela estrutura juvenil da CGTP-IN, esta voltou a trazer à rua a exigência de emprego efectivo para postos de trabalho permanentes, realizando um cordão humano que seguiu até São Bento.