Movimento de Indignados protesta em Nova Iorque
O movimento social norte-americano Os Indignados Nova-iorquinos – também conhecidos pelo lema «Ocupem Wall Street» – informou no seu sítio na Internet, este domingo, que entre 85 a uma centena dos seus activistas foram presos por forças policiais de Nova Iorque durante o fim-de-semana.
Segundo o movimento, a repressão policial intensificou-se nos últimos dias, numa manifesta tentativa de evitar que os protestos, desencadeados a 17 de Setembro, ganhem projecção. Nesse sábado, um protesto pacífico contra a situação económica que se vive nos EUA, convocado pela Internet, juntou cerca de 700 pessoas, na maioria jovens, às portas de Wall Street, o centro financeiro de Nova Iorque. A ideia inicial era acampar «literalmente» em Wall Street até que as suas reivindicações contra a «ganância corporativa» dos bancos e das empresas fossem ouvidas e acatadas, mas a polícia dispersou os manifestantes e bloqueou todas as ruas próximas da Bolsa.
O movimento, no entanto, não desmobilizou. Desde a passada quinta-feira, 22, a contestação passou a ter mais dois motivos: as ajudas à banca com dinheiro público e a execução na Georgia de Troy Davis, um afro-americano condenado pela alegada morte de um polícia num processo pleno de irregularidades. Basta dizer que sete das nove testemunhas negaram as suas primeiras declarações, confessando não poder incriminar Davis, que as provas de ADN foram inconclusivas e que a arma do crime nunca foi encontrada. O caso gerou fortes protestos, culminando numa manifestação em que participaram mais de mil pessoas, sábado, em Nova Iorque. Os manifestantes acabaram por desfilar até Wall Street, onde se juntaram aos Indignados. A polícia carregou sobre todos, fazendo várias prisões.
«Neste momento os nossos militantes discutem em Liberty Square como responder a este nível de agressão policial sem precedentes. Colocaram na rua um polícia por cada dois manifestantes», refere a nota de imprensa dos Indignados.
A maioria dos detidos, informa o movimento, foram acusados de obstrução ao trânsito, apesar de alguns terem sido presos por tirar fotografias ou criticar a acção da polícia.
Os protestos, prometem, vão continuar: «Agora mais do que nunca estamos convencidos de estar a fazer algo necessário e correcto», refere o movimento, garantindo que em breve estarão «também em Phoenix, Montreal, Cleveland, Atlanta, Kansas City, Dallas, Orlando e Miami. Cresceremos e persistiremos na luta até ver acções reais para mudar este país e o mundo».
No comunicado divulgado na Internet, os norte-americanos manifestam ainda a sua solidariedade com os movimentos congéneres (de Indignados) de Madrid, San Francisco, Los Angeles, Madison, Toronto, Londres, Sydney, Estugarda, Tóquio, Milão, Amesterdão, Telavive, Portland, Chicago e Palestina».