Patriota cubano corre perigo de vida

René González obrigado a ficar em Miami

René González, um dos Cinco patriotas cubanos ilegalmente presos nos EUA, foi condenado a passar três anos de liberdade condicional em Miami, antro da extrema-direita anti-cubana.

Veredicto deixa González à mercê dos grupos de extrema-direita

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O veredicto foi emitido a 16 de Setembro pela juíza Joan Lenard, do Tribunal Federal do Distrito do Sul da Florida, e fixa as condições da liberdade condicional imposta a González, que a 7 de Outubro sai da prisão após ter cumprido uma pena de 13 anos.

Condenado por «não se ter registado como agente de um governo estrangeiro» no âmbito do criminoso processo contra os Cinco, González – cidadão norte-americano por nascimento –, havia pedido autorização para regressar a Cuba mal saísse da prisão, de forma a juntar-se com a mulher e as filhas, mas a juíza não só não o permitiu como lhe impôs, num acto de despotismo e cinismo, o que pode ser considerado como uma nova modalidade de pena de morte – a obrigatoriedade de permanecer três anos em Miami.

Sabendo-se que em Miami vivem em liberdade e conspiram impunemente as organizações de extrema- direita cubano-americanas onde René se infiltrou para boicotar as suas acções, o veredicto da juíza Lenard só pode ser entendido como a entrega do patriota cubano à vingança desses criminosos.

«Quem garantirá a segurança e a vida de René? A polícia de Miami? O FBI? Mas essas são as mesmas autoridades que garantem a impunidade aos terroristas. Ou serão outras autoridades do governo federal?» – as questões, colocadas por Andrés Gómez, jornalista cubano residente em Miami, e citado pela Prensa Latina, não podiam ser mais pertinentes. A prová-lo está o facto de na sentença imposta a René González – por insistência da anterior administração Bush – constar o seguinte requisito inaudito: «Como condição especial adicional da liberdade condicional proíbe-se o acusado de se aproximar e/ou visitar lugares específicos onde se sabe que estão ou são frequentados por indivíduos ou grupos terroristas.»

Como afirmou a propósito o dirigente cubano Ricardo Alarcón de Quesada, numa recente entrevista citada pelo jornal Granma, «essa proibição é a prova mais escandalosa da cumplicidade daquele regime com os piores terroristas que, sem qualquer dúvida, abundam em Miami. O presidente Obama deve decidir agora se também ele se vai encarregar de 'proteger' René dos terroristas como queria W. Bush.»

Recorda-se que os Cinco – como são conhecidos internacionalmente os patriotas cubanos encarcerados nos EUA por tentarem impedir a acção de grupos terroristas – foram presos a 12 de Setembro de 1998 em Miami e ali julgados num processo pautado por sucessivas irregularidades e pleno de vícios processuais que os condenou a penas que vão desde os 15 anos até à dupla prisão perpétua. Desde então, prosseguem em todo o mundo campanhas de solidariedade exigindo a sua libertação.

 

ONU condena bloqueio a Cuba

O criminoso bloqueio a Cuba voltou a estar na ordem do dia na Assembleia Geral da ONU, nomeadamente pela voz do vice-presidente do Uruguai, Danilo Astori, que classificou a medida imposta pelos EUA – em 3 de Fevereiro de 1962 – de unilateral, contrária à Carta das Nações Unidas e ao direito internacional.

O bloqueio imposto há quase meio século continua a intensificar-se, não obstante os veementes apelos da comunidade internacional para a sua eliminação, com custos brutais para o povo cubano.

De acordo com o relatório «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA contra Cuba», o prejuízo económico directo dos cubanos resultante dessa medida ascendia, em Dezembro de 2010, a preços correntes, a mais de 104 mil milhões de dólares.

No entanto, como sublinha o texto, se se tiver em conta a desvalorização do dólar face ao valor do ouro no mercado financeiro internacional, os prejuízos da economia cubana serão superiores a 975 mil milhões de dólares.

Recorda-se que, na tentativa de estrangular a revolução cubana, os EUA implementaram as leis de Comércio com o Inimigo (1917); de Assistência Externa (1961); de Administração das Exportações (1979); Torricelli (1992); Helms-Burton (1996) e das regulações de administração das exportações.



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