Municípios de Setúbal contestam Governo

Sem investimento não há desenvolvimento

Dis­cor­dando do mo­delo de de­sen­vol­vi­mento pro­posto pelo Go­verno para a re­gião, os mu­ni­cí­pios da Pe­nín­sula de Se­túbal con­si­deram que há al­ter­na­tivas que te­nham em conta as ne­ces­si­dades das po­pu­la­ções.

O Go­verno sus­pendeu vá­rios pro­jectos sem ouvir os mu­ni­cí­pios

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Esta po­sição foi as­su­mida numa con­fe­rência de im­prensa re­a­li­zada no dia 13, em Se­túbal, pelos pre­si­dentes dos mu­ni­cí­pios da pe­nín­sula, no quadro da As­so­ci­ação de Mu­ni­cí­pios da Re­gião de Se­túbal (AMRS). O pre­si­dente do Con­selho Di­rec­tivo da as­so­ci­ação, e da Câ­mara Mu­ni­cipal do Seixal, Al­fredo Mon­teiro, fez um ba­lanço ne­ga­tivo das op­ções do Go­verno para a Re­gião, no­me­a­da­mente a sus­pensão ou in­de­fi­nição de pro­jectos «in­dis­pen­sá­veis para o de­sen­vol­vi­mento da re­gião e onde o poder local não foi ou­vido». O au­tarca re­feria-se no­me­a­da­mente ao pro­jecto do Arco Ri­bei­rinho Sul, à con­clusão Cir­cular Re­gi­onal In­terna da Pe­nín­sula de Se­túbal (CRIPS), ao novo Ae­ro­porto de Lisboa em Al­co­chete, à Ter­ceira Tra­vessia do Tejo, à linha de alta ve­lo­ci­dade entre Lisboa e Ma­drid, ao Hos­pital do Seixal, à ex­tensão do Metro Sul do Tejo e à Pla­ta­forma Lo­gís­tica do Po­ceirão.

Estes pro­jectos cons­ti­tuem, para Al­fredo Mon­teiro, um «con­junto de in­ves­ti­mentos na re­gião que pela sua im­por­tância es­tra­té­gica cor­res­pondem ao in­te­resse na­ci­onal, de­vendo ser en­ca­rados como pri­o­ri­tá­rios, na me­dida que são ins­tru­mentos de di­na­mi­zação e po­ten­ci­ação do de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico da re­gião e do País, fun­da­men­tais à re­so­lução dos pro­blemas que afectam as po­pu­la­ções». Sem in­ves­ti­mento não há de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico, acres­centou.

O pre­si­dente do Con­selho Di­rec­tivo da AMRS re­a­firmou ainda a dis­po­ni­bi­li­dade dos au­tarcas da Pe­nín­sula de Se­túbal para «di­a­logar com o Poder Cen­tral», no sen­tido de serem en­con­tradas so­lu­ções que não po­nham em causa o de­sen­vol­vi­mento da re­gião, que é, também, o de­sen­vol­vi­mento do pró­prio País, lem­brou. Ou não fosse a Pe­nín­sula de Se­túbal o «ter­ceiro maior con­tri­buinte em termos de im­postos para o todo na­ci­onal». No quadro da AMRS, in­formou Al­fredo Mon­teiro, estão já vá­rias ac­ções pre­vistas, no­me­a­da­mente pe­didos de reu­nião a vá­rios mem­bros do Go­verno, to­madas de po­sição nos vá­rios ór­gãos au­tár­quicos, entre ou­tras.

 

Al­ter­na­tivas ne­ces­sá­rias

 

Já Luís Franco, pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Al­co­chete, con­si­derou estar-se pe­rante «dois pa­ra­digmas eco­nó­micos an­ta­gó­nicos»: um que cobra im­postos ex­ces­sivos, cortes cegos e impõe aus­te­ri­dade à custa das pes­soas; e outro que propõe ra­ci­o­na­li­dade no in­ves­ti­mento mas que não re­tira de­sen­vol­vi­mento à re­gião ou ao País. A edil de Al­mada, Maria Emília de Sousa, re­cordou por seu lado o des­man­te­la­mento da in­dús­tria naval, a des­truição das con­fec­ções ou das mo­a­gens para afirmar que um país que não produz não cria ri­queza, nem tem de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico, não po­dendo, assim, pro­mover a qua­li­dade de vida das po­pu­la­ções.

O pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal do Bar­reiro, Carlos Hum­berto Car­valho, re­alçou que «toda a gente con­corda que a si­tu­ação do dis­trito, do País e do mundo é com­plexa e está mal e a das ins­ti­tui­ções também está mal, mas a das pes­soas está bem pior, pois aquelas só existem para servir as po­pu­la­ções». São ne­ces­sá­rias al­ter­na­tivas, ga­rantiu o também pre­si­dente da Junta Me­tro­po­li­tana de Lisboa.



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