Gestão sem rumo em Alenquer
«Assistimos a uma gestão ruinosa e sem perspectivas de qualquer melhoria em virtude de uma total desorganização existente no seio dos elementos do PS», acusaram, em conferência de imprensa realizada no dia 12 de Setembro, os eleitos da CDU, lembrando que, até final de Julho do ano corrente, a autarquia já tinha gasto ou comprometido 28 milhões de euros, enquanto a receita do mesmo período foi de apenas 14,2 milhões de euros.
«Sendo a receita anual para o corrente ano estimada em 23 milhões de euros, como é possível que em sete meses já se tenha gasto ou comprometido 28 milhões?», interrogaram, acusando o PS de «uma gestão ruinosa» e «ilegal», de acordo com as Normas de Contabilidade Pública. No final de 2010 a dívida da Câmara a terceiros já era superior a 25 milhões de euros, superior a um ano de receitas.
Aos jornalistas, a CDU acusou ainda a Câmara Municipal de «estrangular» o normal funcionamento das freguesias, com uma dívida na ordem de um milhão de euros. «Isto é uma vergonha e uma falta de consideração para com as juntas de freguesia e por quem as representa, bem como perante a população que paga os seus impostos», criticam os eleitos do PCP e do PEV (Partido Ecologista «Os Verdes»). Situação idêntica acontece com as colectividades do concelho, que enfrentam graves problemas financeiros, em virtude do incumprimento da Câmara Municipal, que não cumpre o que prometeu em 2010.
Entre muitos outros problemas, a CDU denunciou a situação do Complexo Escolar de Paredes, que está a ser construído num terreno que não é da Câmara e apenas assenta no acordo com o proprietário, que a autarquia PS não cumpriu, sendo que agora recusa-se a pagar a renda pela ocupação. O processo está em tribunal com um pedido de indemnização superior a meio milhão de euros. «Quem é o responsável? Se a Câmara perder em tribunal quem irá pagar? Será o contribuinte?», questionam-se os comunistas e ecologistas, condenando a política do «deixa andar» e do «colocar a cabeça na areia» na esperança de o tribunal levar muitos anos a resolver a situação.
«Os processos de obras e loteamentos são uma aventura constante por más orientações políticas ou por falta delas, existindo já um caso em que o Tribunal da Relação tomou uma posição contrária à da Câmara, que está a ser investigada pela Polícia Judiciária», acrescentaram os eleitos.
Outra das denúncias prende-se com a privatização da água em Alenquer, que fez aumentar os preços em cerca de 135 por cento, e que agora poderão vir a aumentar, em média, 15 por cento. No comércio e na indústria o preço da água pode mesmo chegar aos 30 por cento, isto sem contar com a inflação ou o aumento dos impostos.