Chilenos não calam protestos

Depois da histórica greve dos trabalhadores da Companhia Nacional de Cobre do Chile, os mineiros da maior mina de cobre privada do mundo, a Escondida, decretaram uma greve por tempo indeterminado.

A paralisação, iniciada quinta-feira, dia 21 e seguida por quase 2400 efectivos da empresa exploradora da mina e, posteriormente, por cerca de nove mil contratados ao serviço de subemprenteiros, acabou por ser estendida indefinidamente depois da entidade patronal ameaçar os grevistas com despedimento.

De acordo com a legislação chilena, os patrões podem despedir os trabalhadores que não compareçam ao trabalho por mais de dois dias, mas caso tal seja o caminho seguida pelos detentores do capital, as estruturas representativas dos trabalhadores do cobre já ameaçaram com a inactividade em todo o sector, público e privado.

Em causa está o cumprimento das regras de distribuição de prémios anuais afectos aos lucros da BHP Billiton. «A oferta da companhia não reflecte os ganhos astronómicos obtidos no último ano, calculados em quase cinco milhões de dólares», diz a federação mineira.

 

Desalojados reprimidos

 

A onda de contestação social que varre o Chile nos últimos meses também se fez notar, a semana passada, no Sul do país, onde os desalojados pelo terremoto e maremoto ocorrido no início de 2010 reclamaram contra a lentidão dos trabalhos de reconstrução da zona devastada.

Em Dichato, o povo saiu à rua para exigir ao governo celeridade na entrega de habitações. Cálculos oficiais indicam que mais de quatro mil famílias permanecem em acampamentos desde Fevereiro do ano passado.

Aos protestos, que incluíram o corte de uma estrada de acesso a Dichato, responderam os carabineiros com balas de borracha, canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo. Pelo menos oito pessoas ficaram feridas e um manifestante acabou detido.



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