CGTP-IN apresenta alternativas
Provando que há alternativas ao Programa do Governo, que «acentua o défice externo e gera um aumento contínuo da dívida», a CGTP-IN divulgou, na segunda-feira, 4, propostas alternativas que apresentará ao ministro a Economia e Emprego.
«Querem passar tudo o que dá dinheiro para o sector privado»
Em conferência de imprensa, na sede nacional da central, em Lisboa, o secretário-geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho da Silva, acompanhado pelos membros da Direcção Executiva do Conselho Nacional Deolinda Machado, Arménio Carlos, Joaquim Dionísio e Carlos Trindade, considerou que as medidas recentemente anunciadas pelo Governo «vão bastante além do que foi assumido por aqueles partidos na campanha eleitoral», dando o exemplo do anunciado corte no 13.º mês.
O documento onde constam as propostas alternativas da central ao Programa do Governo e a análise à situação actual será ainda enriquecido com as conclusões das acções integradas na semana de luta da CGTP-IN, que se inicia na próxima segunda-feira (ver página 9).
Outra acção que também servirá para aprofundar e melhorar as propostas será o encontro de economistas e juristas, convidados pela central, a realizar dia 11, em Coimbra, disse Carvalho da Silva. Por seu turno, Joaquim Dionísio salientou que aquele encontro também abordará a inconstitucionalidade de propostas constantes no Programa do Governo.
«Tudo o que dá dinheiro passará para o sector privado através de privatizações, a preço de saldo, para encher os bolsos dos accionistas», acusou Carvalho da Silva, apelando à participação em todas as acções da central que se desenvolvam em cada sector ou local de trabalho, a fim de esclarecer e mobilizar os trabalhadores para lutarem, unidos, contra a perda de direitos.
Há mais razões para lutar
«Aumentar a velocidade a caminho do abismo» será o resultado do Programa do Governo PSD/CDS, caso se concretize, considerou a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, através de um comunicado de dia 1, com aquele título.
Para a FCSAP/CGTP-IN ficaram confirmadas as orientações políticas do anterior governo PS, pois as do actual «vão mais além».
No Programa do Governo, a Administração Pública «é vista como um empecilho à possibilidade do capital privado acumular lucros», acusou a Frente Comum, alertando para a intenção de «destruição da ADSE, em 2016». Salientando que «continuará a denunciar e a lutar contra esta política», a FCSAP considera que «há hoje ainda mais razões para os trabalhadores aprofundarem a luta».
A «intensificar a luta» comprometeu-se o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, através de uma nota de imprensa onde se afirma que o «Programa do Governo é uma declaração de guerra contra trabalhadores e serviços públicos». Acusando o Governo PSD/CDS de ser «mais troikista do que a troika», e salientando que «existem outras soluções para um efectivo combate à crise», o STAL/CGTP-IN reúne amanhã a sua direcção nacional e prepara uma ampla campanha de esclarecimento e de mobilização junto dos trabalhadores, além de ir «levar a cabo» diversas acções e lutas, a anunciar brevemente.
Mais do mesmo
«Generalista em matérias importantes e/ou confuso em outras», e «claro, só na promoção dos privados» foi como a Federação Nacional dos Professores considerou o Programa do Governo, num comunicado de 30 de Junho.
Ao lembrar como «o que tem afectado a educação e o ensino, a organização e o funcionamento das escolas e os seus profissionais é a errada política educativa desenvolvida pelos últimos governos», a Fenprof acusa o Executivo PSD/CDS de promover uma política que «é mais do mesmo».
Além de um vasto conjunto de reivindicações alternativas, a federação repudia apoios ao ensino privado em prejuízo do ensino público e a desvalorização das carreiras. Também pretende esclarecimentos sobre a anunciada «reforma» do sistema de avaliação, reclama estabilidade para os corpos docentes, a desburocratização do trabalho e pretende saber em que moldes decorrerão os concursos e como serão elaborados os horários dos docentes. A «valorização da escola pública e a dignificação da profissão continuarão a ser exigências prioritárias e aspectos centrais da acção», garantiu.
Hoje e amanhã, em Viseu, o Sindicato dos Professores da Região Centro promove as suas Jornadas Sindicais, cujas conclusões serão apresentadas no fim dos trabalhos.