Face ao aumento do custo de vida e das dificuldades sentidas nos locais de trabalho, cada vez mais jovens trabalhadores estão a aderir ao movimento sindical unitário e às estruturas da CGTP-IN, confirmou ao Avante! o coordenador da Interjovem, Valter Lóios, explicando os objectivos de um pic-nic que decorrerá, durante todo o dia 9 de Julho, no Parque Eduardo VII, em Lisboa.

Sob o lema, «Tomemos nas nossas mãos os destinos das nossas vidas», a acção, também promovida e apoiada pela Juventude Operária Católica, a Associação de Bolseiros de Investigação Científica e o Movimento 12 de Março, decorrerá «num quadro em que a juventude está confrontada com baixos salários, a precariedade e o desemprego, os jovens trabalhadores começam a olhar para a CGTP-IN e os seus sindicatos de forma diferente», explicou o coordenador da Interjovem/CGTP-IN, Valter Lóios.

«Nos últimos meses, temos constatado haver mais jovens trabalhadores a sindicalizarem-se e a quererem informar-se sobre como será o seu futuro social e laboral», revelou o dirigente sindical considerando que para este aumento de sindicalizações jovens tem contribuído «um intenso trabalho de esclarecimento e de mobilização, por via do contacto directo, nos locais de trabalho, feito pela Interjovem e integrado na acção global da central sindical».

Dessa intensa actividade «resultou, a 1 de Abril, a grande manifestação nacional contra o desemprego e a precariedade, que levou milhares de jovens trabalhadores em luta a Lisboa», recordou Valter Lóios.

«A nossa acção tem-se pautado por intervenções concretas subordinadas à precariedade, problema que mais está a afectar a juventude trabalhadora», recordou, salientando que «em consequência daquelas formas de contratação tem também aumentado, exponencialmente, o desemprego».

Vencer ameaças lutando

Aos jovens trabalhadores com vínculos precários «são-lhe incutidos, por chefias e patrões, receios em sindicalizarem-se», motivo que leva a Interjovem a «desafiar os jovens a tomarem o futuro nas suas mãos, sindicalizando-se para construírem a alternativa à política que lhes compromete o futuro, lutando pela efectivação dos vínculos, em cada local de trabalho», apelou o dirigente sindical. Valter Lóios salientou que, em muitos locais de trabalho, «tem sido possível, graças à luta sindical, a passagem de muitos jovens com vínculos precários à efectividade».

Pressões semelhantes vivem também os trabalhadores com contratos efectivos de trabalho, inclusivamente «para que abdiquem de lutar pelos direitos consagrados em contratação colectiva», lembrou Valter Lóios, salientando que «hoje, a precariedade é um problema de todas gerações e não só da juventude», motivo que leva a Interjovem a apelar ao empenho de todos os trabalhadores para o sucesso do pic-nic de 9 de Julho e a continuação da luta.  

Uma grande iniciativa

Nesta «primeira grande iniciativa, desde que o Governo PSD/CDS-PP tomou posse», a Interjovem promoverá debates subordinados aos problemas da juventude trabalhadora. Além do desemprego, da precariedade e do emprego sem direitos, os participantes debaterão os salários, as condições de vida e de trabalho que condicionam as vidas individuais e familiares dos jovens, e várias outras temáticas que, em diferentes painéis, «serão motivo de troca de opiniões e de experiências», explicou Valter Lóios.

«Regressando aos locais de origem, os participantes prosseguirão com o trabalho de mobilização para as lutas que teremos de travar», esclareceu salientando que, «acima de tudo, queremos que o combate contra a resignação e o conformismo saia revigorado desta iniciativa».

Ao pic-nic, além dos debates e mesas redondas, não faltarão momento lúdicos como perfomances teatrais e concertos, a partir das 17 horas.