Representante da ONU acusa Estado
Com mais de 57 mil desaparecidos confirmados nos últimos 30 anos, dos quais 15600 qualificados como vítimas de desaparecimento forçado, o representante do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Christian Salazar, não hesitou em considerar «arrepiante» a situação na Colômbia.
Ao intervir numa conferência realizada em Bogotá, o membro do organismo que nas Nações Unidas deveria executar a política da organização para a promoção e a defesa dos direitos humanos, acusou os governates, as forças de segurança e os paramilitares, estreitamente vinculados ao Estado, de serem responsáveis pela catástrofe.
Estimativas de ONG’s locais, não desmentidas pela ONU, indicam que pelo menos 100 mil pessoas foram vítimas de desaparecimento forçado. Apesar de formalmente existir uma figura penal para este crime, Salazar sublinhou que os progressos têm sido quase nulos, e denunciou que as tutelas da Defesa e do Exército não colaboram com a justiça na identificação e busca das vítimas.
Em contraste, para o representante do Alto Comissariado os esforços das famílias e amigos das vítimas têm sido «incansáveis», mesmo perante os mais rudes obstáculos.