Povo vigilante
O executivo provisório tunisino anunciou, no passado dia 16, a formação de uma comissão cujo objectivo é supervisionar as eleições para a Assembleia Constituinte do próximo dia 24 de Julho.
O anúncio foi feito 10 dias depois do início de uma nova onda de concentrações, protestos e greves contra o segundo governo de transição desde a queda de Ben Ali.
O primeiro-ministro, Béji Essebsi, e as cúpulas militares são os principais alvos da revolta dos jovens desempregados e dos trabalhadores, que se sentem defraudados com a inércia face às exigências populares e à implementação de reformas estruturais no país, e contestam a repressão que continua a abater-se sobre quem protesta. Só entre o dia 6 e o dia 11, cerca de 600 tuinisinos terão sido detidos pelas autoridades.
Os tunisinos pretendem ainda manter-se vigilantes quanto ao processo eleitoral, já que são as próprias autoridades quem admite que, afinal, o sufrágio geral pode não se realizar a 24 de Julho.