Nas manifestações do 63.º aniversário da Nakba

Israel mata 18 palestinianos

O exército israelita reprimiu com violência os protestos populares que assinalaram o 63. aniversário do início da expulsão dos palestinianos dos seus territórios. 18 pessoas foram assassinadas e centenas ficaram feridas, algumas das quais em estado grave.

«Às acções reivindicativas palestinianas responderam os sionistas com extrema violência»

Nas manifestações ocorridas entre sexta-feira e domingo, em Jerusalém Leste, Faixa de Gaza e Cisjordânia, e nas fronteiras do Líbano e da Síria com Israel, dezenas de milhares de palestinianos exigiram a desocupação dos seus territórios, o estabelecimento de um Estado independente, o regresso dos refugiados e o fim do bloqueio à Faixa de Gaza, que dura há mais tempo que o imposto pelos nazis contra a cidade soviética de Leninegrado durante a Segunda Grande Guerra Mundial.

Às acções reivindicativas do povo palestiniano, responderam as autoridades sionistas com extrema violência, começando em Jerusalém Leste, dia 13, com a detenção de 34 activistas palestinianos e o assassinato de um jovem de 16 anos no bairro árabe de Silwan, situado na zona oriental da cidade, onde, nos últimos anos, se têm multiplicado as expulsões de famílias árabes-israelitas e a sua substituição por colonos judeus.

Já no domingo, 15, dia em que se assinalou a Nakba (Catástrofe), grandes movimentações de massas realizaram-se em Marounar-Ras, no Líbano, nos Montes Goulã, do lado sírio, junto ao muro que separa Ramallah e Jerusalém, na Cisjordânia, no posto de fronteira de Eretz e na cidade de Gaza. Nestas iniciativas, as forças sionistas mataram 17 palestinianos (10 no Líbano, 6 na Síria e 1 em Gaza) e deixaram centenas de outros feridos, alguns dos quais com gravidade em resultado do disparo de balas e do lançamento de granadas de gás lacrimogéneo.

O dia da Catástrofe é assinalado pelos palestinianos para lembrar o início da guerra israelo-árabe de 1948, em consequência da qual mais de 750 mil palestinianos foram empurrados para o exílio e muitos dos seus territórios foram usurpados.

A maioria foi para campos de refugiados na Jordânia, Líbano e Síria. Estima-se que actualmente cerca de 4,8 milhões de palestinianos vivam em êxodo forçado, já que Israel se nega a cumprir a resolução 194 das Nações Unidas que reconhece que «os refugiados que desejem regressar às suas casas e viver em paz com os vizinhos devem ser autorizados a fazê-lo o quanto antes». A fundação do Estado de Israel e as contínuas invasões e ocupações de territórios palestinianos reduziram a um terço o espaço ocupado por aquele povo.

 

Egípcios solidários

 

Apesar do Egipto ter sido dos primeiros países árabes a normalizar as relações com Israel após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi naquele país que aconteceram das mais contundentes manifestações de solidariedade para com o povo palestiniano a propósito do 63.º aniversário da Nakba.

Na Praça Tahir, no Cairo, ter-se-ão juntado vários milhares de pessoas de vários credos religiosos empunhando bandeiras egípcias e palestinas. Mais tarde, frente à embaixada de Israel, uma marcha acabou em confrontos quando a polícia impediu os manifestantes de se aproximarem da representação diplomática israelita, junto da qual pretendiam exigir a expulsão do embaixador.

Dados oficiais indicam que mais de 300 pessoas acabaram feridas na sequência da intervenção da polícia egípcia, que tal como os congéneres de Israel também usou fogo real, e pelo menos duas dezenas terão sido detidas.



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