Apesar da austeridade

Défices elevados, dívida a subir

Os défices dos países da zona euro e da UE 27 mantiveram-se elevados em 2010, registando-se um significativo aumento do endividamento, apesar de a maioria dos governos terem imposto duras medidas de austeridade aos respectivos povos.

Segundo as conclusões divulgadas dia 26 pelo Eurostat, o organismo de estatísticas europeu, no conjunto da zona euro o défice público baixou ligeiramente de 6,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2009, para 6 por cento em 2010. Redução semelhante foi observada no conjunto dos 27 países membros da UE, onde este indicador passou de 6,8 em 2009 para 6,4 em 2010.

Em contrapartida, os níveis de endividamento continuaram a aumentar fortemente. Na zona euro, a dívida dos estados representou 85,1 por cento do PIB, em 2010, ou seja um agravamento de 5,8 por cento em relação ao ano anterior. Na UE 27, a dívida soberana passou de 74,4 por cento, em 2009, para 80 por cento em 2010.

As situações mais críticas registaram-se na Irlanda, onde o défice alcançou os 32,4 por cento, seguindo-se a Grécia com 10,5 por cento, o Reino Unido com 10,4 por cento, a Espanha com 9,2 por cento e só depois Portugal com 9,1 por cento. No entanto, outros países com grandes economias também apresentaram défices superiores aos três por cento estipulados. É o caso da França (7%), da Itália (4,6%) ou da própria Alemanha (3,3%).

Já no que respeita ao endividamento, a Grécia encabeça a lista com uma dívida que representa 142,8 por cento do PIB, seguindo-se a Itália (119%), Bélgica (96,8%), Irlanda (96,2%), Portugal (93%), Alemanha (83,2%), França (81,7%), Hungria (80,2%), Reino Unido (80%), Áustria (72,3%), Malta (68,8%), Holanda (62,7%), Chipre (60,8%) e Espanha (60,1%).



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