Dar asas à luta
«Só a luta pode criar uma barreira eficaz à destruição das nossas empresas», apelou o Sitava/CGTP-IN, que ontem promoveu uma série de acções em Lisboa, no Porto, em Faro, em Ponta Delgada e no Funchal.
Eles querem tudo o que dê lucro...
Através de concentrações e plenários de trabalhadores, nestas cidades com aeroportos e estabelecimentos de empresas de aviação, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos pretende dar expressão pública ao descontentamento dos profissionais das diferentes empresas perante as medidas já tomadas pelo Governo e face às perspectivas que se desenham para os próximos tempos. O Sitava apontou como objectivos desta série de lutas – que vai ter continuação nos dias 4, 11 e 18 de Maio – a «defesa do sector, da contratação colectiva, dos salários, das carreiras profissionais, dos postos de trabalho». Com a apresentação de um pré-aviso de greve, o sindicato procurou facilitar a participação nestas acções dos trabalhadores da ANA, ANAM, NAV, SATA, LFP, Megasis, UCS, Portugália, Portway, SPdH/Groundforce e TAP.
Tempo de protesto
«“Eles” andam aí e querem comer tudo o que lhes der lucro, em especial, as empresas com capitais públicos, como são as do nosso sector» – avisou o sindicato, referindo-se aos representantes do FMI, da UE e do BCE. No último comunicado que divulgou, durante os dias de mobilização para estas primeiras concentrações, convocadas no início de Abril, recordou que «as medidas que querem tomar não são desconhecidas», pois «estão a ser aplicadas na Grécia e Irlanda», e alertou que «para Portugal são ainda mais violentas». «Com as medidas que os partidos alternantes no governo estão a negociar com o FMI, a destruição de muitos dos nossos postos de trabalho nos próximos anos poderá ser uma realidade, caso não venhamos a agir», pelo que «o tempo é de protesto, e não de medo ou de silêncio».
Merece especial atenção a defesa dos salários, até porque «os preços dos produtos de primeira necessidade já estão a aumentar» e «a inflação em Março está nos quatro por cento». Por outro lado, importa defender «a nossa legislação laboral e os nossos acordos de empresa, que ainda consignam muitos dos direitos conquistados com dificuldades nos últimos anos», destacando o Sitava «a proibição do despedimento sem justa causa, os apoios sociais na situação de desemprego, os direitos dos trabalhadores a reuniões, a manifestações, à greve, às carreiras profissionais, aos salários, em suma, a contratação colectiva».