Mundo árabe em convulsão

Protestos reprimidos

O ae­ro­porto da ci­dade líbia de Ben­gasi, prin­cipal bas­tião dos opo­si­tores ao re­gime de Kha­dafi, ficou to­tal­mente des­truído e inu­ti­li­zado na sequência da in­ter­venção do exér­cito, se­gunda-feira, 21, contra os ma­ni­fes­tantes que ti­nham ocu­pado as ins­ta­la­ções.
Após seis dias de pro­testos in­ces­santes, que já pro­vo­caram uma série de dis­si­dên­cias na es­fera do poder, Seif al-Islam Kadhafi, filho do líder líbio, re­co­nheceu, na noite de do­mingo, que os opo­si­tores con­tro­lavam al­gumas bases mi­li­tares no país e alertou para o pe­rigo de guerra civil.
Na sua alo­cução, pro­meteu re­formas le­gis­la­tivas dentro de dias, o que des­creveu como uma «ini­ci­a­tiva his­tó­rica» para o país. De­clarou ainda que o re­gime está dis­posto a abrir uma dis­cussão sobre a Cons­ti­tuição e ga­rantiu ainda que há dis­po­ni­bi­li­dade para mudar o con­teúdo de di­versas leis, in­clu­sive as re­la­tivas à co­mu­ni­cação so­cial.
Al­gumas or­ga­ni­za­ções de di­reitos hu­manos falam de uma feroz re­pressão que já terá cau­sado mais de 230 mortos, nú­mero que as au­to­ri­dades re­duzem para 80.
A vi­o­lência usada contra os ma­ni­fes­tantes foi no en­tanto con­si­de­rada des­pro­por­ci­onal por vá­rios em­bai­xa­dores lí­bios que apre­sen­taram as res­pec­tivas de­mis­sões, de­sig­na­da­mente na Índia, In­do­nésia e Reino Unido.
Na se­gunda-feira, a partir dos EUA, foi a vez do mi­nistro líbio da Emi­gração e da Co­mu­ni­dade Es­tran­geira, Ali Er­richi, exigir que Kha­dafi aban­done o poder. Em de­cla­ra­ções à ca­deia te­le­vi­siva Al Ja­zeera, do Catar, o mi­nistro afirmou que se de­mi­tirá em sinal de pro­testo contra os acon­te­ci­mentos que estão a abalar o seu país.
Também na Ar­gélia, Bah­rein e Iémen con­ti­nu­aram a re­gistar-se na úl­tima se­mana con­frontos entre ma­ni­fes­tantes e as forças po­li­ciais.


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