Produzir mais para dever menos
Jerónimo de Sousa jantou em Vila Real, no sábado, com largas dezenas de militantes e simpatizantes do Partido. Na intervenção ali proferida, várias vezes interrompida pelos aplausos dos presentes – que enchiam por completo o espaço –, o Secretário-geral do PCP começou por valorizar a justeza da apresentação da candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República e a prestação deste durante a campanha.
O dirigente comunista referiu-se em seguida ao défice alimentar do País, realçando a necessidade imperiosa da produção nacional para, dessa forma, «ficarmos menos dependentes do exterior». Chamando a atenção para as enormes potencialidades da região e do País, Jerónimo de Sousa destacou a importância de investir nos sectores da agricultura e das pescas para reduzir as importações de produtos alimentares, que atinge já 60 por cento daquilo que Portugal consome. «Produzindo mais ficamos a dever menos», concluiu.
Numa referência à distribuição da riqueza nacional, Jerónimo de Sousa contrariou a ideia de que Portugal é um país pobre e que não há dinheiro. Dinheiro há, está é mal distribuído, afirmou, lembrando os lucros astronómicos obtidos pelos principais bancos e os baixos impostos que pagam.
Após tecer duras críticas à política do Governo, que se prepara para desligar o aumento dos salários da inflação e aumentar a idade da reforma, Jerónimo de Sousa garantiu que em nenhuma situação o PCP o apoiará: «se tiver que ir embora que vá!» Só a luta dos agricultores, dos trabalhadores, dos micro, pequenos e médios empresários e de todas as camadas que sofrem na pele as consequências desta política poderá abrir caminho a uma nova política, garantiu o Secretário-geral do PCP.