Não aceitamos!
«Estão a tentar impor aos ferroviários uma brutal redução de salários, conjugando o congelamento das progressões e a redução nas horas extraordinárias», advertem, num documento conjunto distribuído às populações, a Comissão de Trabalhadores da CP, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, a Comissão de Utentes da Linha de Sintra, a Comissão de Utentes da Linha de Cascais, e a Comissão de Utentes da Linha da Azambuja.
Estas organizações representativas dos trabalhadores e dos utentes estão ainda contra os «mil despedimentos» na CP, «como se o desemprego não fosse já um problema central do nosso País». «Uma medida inaceitável que implica ainda a redução de serviços aos utentes e o crescimento das despesas com a Segurança Social. Um processo que só se compreende como um esforço do Governo de "limpar" as empresas para entregar as linhas aos privados, em melhores condições de serem exploradas com enormes lucros!», adverte-se no documento, onde ainda se critica o «aumento brutal de preços», a «redução de linhas e circulações» e a «privatização da CP».
Ligação ferroviária entre Beja e Lisboa
Alterações para pior
A CP vai introduzir alterações ao modelo actual da ligação ferroviária entre Beja e Lisboa e vice-versa, situação que se traduzirá «em mais uma situação de aumentos das dificuldades de mobilidade e das assimetrias a que as populações das zonas mais interiores do País já hoje estão sujeitas». «Estas medidas, a par dos cortes dos salários, congelamento das reformas, supressão ou redução dos subsídios e aumento do desemprego, são consequência da política de direita promovida pelo Governo PS, política que urge combater com muita determinação», afirma, em nota de imprensa, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), que manifesta o seu apoio e solidariedade «às lutas, acções e iniciativas que as populações e utentes desenvolvam e realizem».