Semana nacional de luta da CGTP-IN

Combater os roubos

Ar­rancou ontem, em Faro, a se­mana na­ci­onal de luta da CGTP-IN contra os ata­ques do Go­verno, sem pre­ce­dentes, aos sa­lá­rios e aos di­reitos dos tra­ba­lha­dores.

Re­pu­diar os cortes sa­la­riais, o con­ge­la­mento das pen­sões, a di­mi­nuição dos en­cargos pa­tro­nais com lay-off e des­pe­di­mentos, as al­te­ra­ções ao sub­sídio de de­sem­prego, o fim da isenção das taxas mo­de­ra­doras, a re­dução ou su­pressão do abono de fa­mília e o não pa­ga­mento dos cré­ditos de 255 mi­lhões de euros aos tra­ba­lha­dores des­pe­didos por mo­tivo de fa­lência são ob­jec­tivos cen­trais desta se­mana de luta, que se pro­lon­gará até sá­bado, com ple­ná­rios e con­cen­tra­ções nos vá­rios dis­tritos.

Com estes ob­jec­tivos re­a­lizou-se ontem à tarde uma tri­buna pú­blica, em Faro.

Hoje, está agen­dada uma con­cen­tração em Aveiro, na Praça Melo de Freitas, pelas 15 horas. Em Évora, à mesma hora, formar-se-á um cordão hu­mano que des­fi­lará do Largo Luís de Ca­mões até ao Go­verno Civil. Em Beja de­cor­rerá uma tri­buna pú­blica, junto às Portas de Mér­tola, pelas 10 horas. A con­cen­tração com des­file até ao Go­verno Civil, em Por­ta­legre, par­tirá do Largo Fre­de­rico La­ranjo, pelas 15 horas. No Porto, também às 15 horas, os tra­ba­lha­dores do Porto e de Vila Real estão con­vo­cados para uma con­cen­tração, na Praça da Ba­talha. Em Se­túbal a con­cen­tração re­a­liza-se na Praça do Que­bedo, a partir das 10 horas.

Amanhã, o pro­testo pas­sará por Angra do He­roísmo, Açores, com um ple­nário de re­pre­sen­tantes sin­di­cais e a dis­tri­buição de um co­mu­ni­cado à po­pu­lação. Outro ple­nário de­cor­rerá em Bra­gança, na Casa do Tra­ba­lhador, onde um do­cu­mento será apro­vado e pos­te­ri­or­mente en­tregue no Go­verno Civil. Os tra­ba­lha­dores de Braga e de Viana do Cas­telo ma­ni­festar-se-ão, a partir das 15 horas, do Parque da Ponte ao Go­verno Civil. Ac­ções se­me­lhantes estão mar­cadas para Coimbra (Praça Pri­meiro de Maio, 16 horas), Guarda (tri­buna pú­blica, 16 horas), Leiria (ESIP, em Pe­niche, às 12.30 horas, com con­cen­tração no Hos­pital de Santo André, às 10.30 horas), Lisboa (con­cen­tração na Praça Largo de Ca­mões às 14.30 horas e des­file até à re­si­dência ofi­cial do pri­meiro-mi­nistro), Fun­chal (ple­nário de sin­di­catos no au­di­tório do Sin­di­cato da Ho­te­laria, com des­lo­cação ao Pa­lácio de São Lou­renço), Viseu (dis­tri­buição de do­cu­mentos no Rossio, entre as 11 e as 13 horas, e con­cen­tração junto ao Go­verno Civil, pelas 17 horas), e San­tarém (con­cen­tração no Largo do Se­mi­nário, às 15 horas).

A se­mana de luta ter­mina sá­bado, no dis­trito de Cas­telo Branco (con­cen­tração na Ponte Martim-Colo, na Co­vilhã, às 15.30 horas, com ma­ni­fes­tação até ao Tri­bunal).

 

«De­cla­ração de guerra»

 

As novas me­didas do Go­verno PS são «uma de­cla­ração de guerra aos tra­ba­lha­dores, que visa apenas re­duzir os sa­lá­rios e criar mais in­se­gu­rança à es­ta­bi­li­dade no em­prego», acusou, se­gunda-feira, o membro da Exe­cu­tiva do Con­selho Na­ci­onal da CGTP-IN, Ar­ménio Carlos, numa de­cla­ração pro­fe­rida após a reu­nião da Co­missão Per­ma­nente de Con­cer­tação So­cial. Com as me­didas apre­sen­tadas na­quela sede o Go­verno pre­tende «criar con­di­ções para que sejam os tra­ba­lha­dores a fi­nan­ciar o seu pró­prio des­pe­di­mento, em caso de ex­tinção do posto de tra­balho, de des­pe­di­mentos co­lec­tivos e de “ina­dap­tação” do tra­ba­lhador ao posto de tra­balho», ex­plicou o di­ri­gente sin­dical.

 

Alastra a in­dig­nação

 

Na Caixa Geral de De­pó­sitos, a Co­missão de Tra­ba­lha­dores re­pu­diou, dia 19, os cortes de 20 por cento nos sub­sí­dios de fé­rias, con­si­de­rando que a de­cisão viola o Acordo de Em­presa e que se trata de uma an­te­ci­pação dos cortes sa­la­riais anun­ci­ados.

O Sin­di­cato Na­ci­onal dos Pro­fis­si­o­nais de Se­guros e Afins con­si­derou, dia 21, que «os cortes sa­la­riais são ina­pli­cá­veis às se­gu­ra­doras do Grupo Caixa», pois, tra­tando-se de so­ci­e­dades anó­nimas de di­reito pri­vado, «estas em­presas não são pú­blicas e o Or­ça­mento do Es­tado visa ex­pres­sa­mente em­presas pú­blicas». Clas­si­fi­cando os cortes como in­cons­ti­tu­ci­o­nais, o sin­di­cato en­viou esta to­mada de po­sição às ad­mi­nis­tra­ções da Fi­de­li­dade Mun­dial e da Im­pério Bo­nança.

Na Elec­tri­ci­dade dos Açores, na Horta, Açores, um ple­nário de tra­ba­lha­dores de­cidiu marcar ac­ções de pro­testo, com con­tornos a de­signar, contra os cortes nos sa­lá­rios que afec­tarão mais de me­tade dos cerca de 660 tra­ba­lha­dores, anun­ciou o Sin­di­cato das In­dús­trias Eléc­tricas do Sul e Ilhas.

 

Greves nos trans­portes

 

A Fe­de­ração dos Sin­di­catos dos Trans­portes e Co­mu­ni­ca­ções, FEC­TRANS/​CGTP-IN, pro­move uma se­mana de greves, em todo o sector, de 7 a 11 de Fe­ve­reiro, contra os cortes sa­la­riais, as pri­va­ti­za­ções e a des­truição de postos de tra­balho.

A Trans­tejo cum­prirá, dia 9, três horas de greve por turno; a Carris e a STCP pa­rarão du­rante um pe­ríodo a de­finir, em que se re­a­li­zarão ple­ná­rios; no dia 10, os fer­ro­viá­rios das CP, CP Carga EMEF e Refer também cum­prirão greves du­rante um pe­ríodo de tra­balho, ex­cepto os tra­ba­lha­dores da tracção, que farão greve de 10 a 15 de Fe­ve­reiro, entre as 5 e as 9 horas. Hoje, uma de­le­gação sin­dical da Refer previa des­locar-se à ad­mi­nis­tração para so­li­citar in­for­mação sobre os pro­jectos de pri­va­ti­zação do sector, mas an­te­ontem a ad­mi­nis­tração marcou uma reu­nião para 4 de Fe­ve­reiro, pro­vo­cando o can­ce­la­mento da vi­sita. «A ad­mi­nis­tração só res­ponde às or­ga­ni­za­ções de tra­ba­lha­dores quando con­fron­tada com a acção destas», as­si­nalou o Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores do Sector Fer­ro­viário.

Os tra­ba­lha­dores dos CTT, Me­tro­po­li­tano de Lisboa, So­flusa e das ro­do­viá­rias pri­vadas de pas­sa­geiros também par­ti­ci­parão nesta luta.



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