Pesquisa na Rússia confirma

Maioria lamenta fim da URSS

«Mais de me­tade dos russos acre­dita que a dis­so­lução era evi­tável»

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De acordo com um es­tudo re­a­li­zado pelo centro so­ci­o­ló­gico Le­vada, 55 por cento dos ci­da­dãos russos la­mentam a dis­so­lução da URSS. A per­cen­tagem dos que na­quele país con­si­deram o fim do so­ci­a­lismo uma ca­tás­trofe é ainda mais sig­ni­fi­ca­tiva quando os in­qui­ridos se en­con­tram na faixa etária dos mai­ores de 60 anos, 83 por cento, mas é con­si­de­ra­vel­mente mais baixa entre os jo­vens, 17 por cento.

Os dados re­co­lhidos no inqué­rito ci­tado pela EFE in­dicam igual­mente que 53 por cento dos russos acre­ditam que a dis­so­lução da URSS podia ter sido evi­tada, contra apenas 32 por cento que pensam exac­ta­mente o con­trário.

Acresce que mais de me­tade dos en­tre­vis­tados de­fende um re­forço sig­ni­fi­ca­tivo das re­la­ções da Rússia com as 15 ex-re­pú­blicas so­vié­ticas, afir­mando-se mesmo fa­vo­rá­veis à re­cons­ti­tuição da União como bloco po­lí­tico-eco­nó­mico.

Para os russos, per­sistem igual­mente se­me­lhanças entre os an­tigos povos so­vié­ticos, no­me­a­da­mente entre os russos, ucra­ni­anos, bi­e­lor­russos e ca­za­ques.

A dis­so­lução da URSS foi anun­ciada na te­le­visão, a 25 de De­zembro de 1991, por Mikhail Gor­ba­chev. À época, Gor­ba­chev era pre­si­dente da URSS, cargo criado um ano e meio antes na sequência de uma al­te­ração à Cons­ti­tuição pro­mo­vida no Con­gresso dos De­pu­tados do Povo.

A cri­ação do cargo de pre­si­dente, que Gor­ba­chev acu­mulou com a pre­si­dência do so­viete su­premo e o cargo de se­cre­tário-geral do Par­tido, numa con­cen­tração de po­deres sem pa­ra­lelo na his­tória so­vié­tica em tempo de paz, havia sido in­cluída numa pro­posta le­vada ao Co­mité Cen­tral que, entre ou­tras coisas, eli­mi­nava o ar­tigo 6.º do texto fun­da­mental, aca­bando, na prá­tica, com o papel di­ri­gente do Par­tido Co­mu­nista da União So­vié­tica.

Re­corde-se, ainda, que na Pri­ma­vera de 1991, o pró­prio Gor­ba­chev pro­moveu um re­fe­rendo sobre a pre­ser­vação da URSS. Na con­sulta par­ti­ci­param 80 por cento dos elei­tores, dos quais 74,4 por cento se ma­ni­fes­taram fa­vo­rá­veis à ma­nu­tenção da URSS. Seis meses de­pois, Gor­ba­chev as­sinou a dis­so­lução agora la­men­tada pela mai­oria dos russos.



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