Marcas da política de direita no Porto

Desemprego e pobreza

O deputado comunista Jorge Machado considerou que o distrito do Porto detém o título de «campeão nacional de encerramento de empresas», com o desemprego a ultrapassar os 13 por cento, responsabilizando o Governo PS por esta «marca» hoje bem presente na região.

Foi a política de direita que conduziu o distrito aos «desastrosos resultados e aos níveis de desemprego actuais», acusou, lembrando que na condução desta linha de rumo PS e PSD têm andado «claramente de mãos dadas».

Esta posição do parlamentar do PCP eleito pelo círculo do Porto foi recentemente assumida em resposta a uma declaração política da bancada do PS que, pela voz do deputado Renato Sampaio, na sequência das suas jornadas parlamentares ali realizadas, elogiara a governação e o pretenso desenvolvimento económico no distrito.

«Falar de economia e desenvolvimento no distrito do Porto daria para rir se a situação não fosse demasiada séria», sublinhou Jorge Machado, convicto de que foram as opções do PS e do PSD que deram origem a dramáticas realidades como a do desemprego que atinge no distrito níveis que o situam muito acima da média nacional.

O facto de mais de um terço dos beneficiários do rendimento social de inserção viverem no distrito do Porto diz igualmente bem do nível de pobreza e das dificuldades com que se confronta a população, assinalou ainda o deputado comunista, sublinhando por isso não perceber que «desenvolvimento é este que o PS diz promover, porque os resultados são precisamente o contrário».

E pegando nas palavras do deputado do PS, que falara do Orçamento do Estado para 2011, fez-lhe notar que o PIDDAC naquele distrito tem vindo a diminuir nos últimos anos para «níveis absolutamente irrisórios, que insultam o distrito do Porto e a sua população».

«Fala-me de investimento público do OE. Então, fale lá do Metro do Porto, da segunda fase que está congelada há anos, que não avançou nem um parafuso», desafiou, dirigindo-se ao deputado do PS. A este lançou ainda o repto para que falasse do trabalho precário, dos salários (também eles abaixo da média nacional), das SCUT – «que vão ser mais um forte golpe à economia e ao desenvolvimento do Porto», especificou –, desafio este que todavia também ele ficou sem resposta.

Jorge Machado expressou por fim a sua convicção de que o distrito do Porto tem potencialidades do ponto de vista humano e dos seus recursos – «trabalhadores e gente empenhada em dar a volta a isto», valorizou –, faltando-lhe apenas, isso sim, é uma outra política, patriótica e de esquerda, que as saiba aproveitar e potenciar.



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