Caso BPN

Há respostas que urgem

O PCP considera que o Governo deve esclarecimentos relativos ao BPN, designadamente quanto a saber «quando e como» é que vai ser pago o buraco de mais de cinco mil milhões de euros que já nele o Estado enterrou através da CGD.

Reiterada pela bancada comunista foi também a posição de que, face ao muito dinheiro já nele injectado, o BPN «não deve sair da esfera pública». Especificando, de acordo com o deputado comunista Honório Novo, de duas uma: «é integrado na CGD ou então deve ser mudada a sua marca e criado um banco autónomo» no domínio público.

«Esta é a posição que o PCP defende em coerência com a posição expressa em Novembro de 2008 de oposição à nacionalização do BPN, nos termos em que foi feita», sublinhou recentemente o parlamentar comunista, falando na sequência de uma intervenção sobre o tema proferida em plenário pela deputada do CDS/PP Assunção Cristas.

Recordado por Honório Novo foi nomeadamente o facto de por altura do debate do diploma do Governo que decretou a pseudo nacionalização do BPN (com o apoio de Cavaco Silva, que o promulgou em tempo recorde), terem sido apenas dois os partidos – o PCP e «Os Verdes» – que votaram contra o número um do artigo segundo da lei, que nacionalizava de forma expressa cem por cento das acções daquele banco detido por Oliveira e Costa, que fora secretário de Estado das Finanças de Cavaco Silva.

«Há dois grupos parlamentares de consciência tranquila, que não andam atrás de qualquer prejuízo», observou o deputado do PCP, pondo em evidência o que então distinguiu as posições das várias bancadas parlamentares relativamente a uma pseudo nacionalização destinada a socializar os prejuízos.

E depois de citar Paulo Rangel (PSD) em 6 de Novembro de 2008 – «não temos objecções de raiz à nacionalização do BPN» –, e de lembrar palavras de Paulo Portas na mesma altura – «considero defensável a medida de nacionalização do BPN» –, Honório Novo disse compreender melhor por que é que o CDS, por intermédio de Assunção Cristas, acha que «não vale a pena chorar sobre o leite derramado».

É que, com efeito, insistiu, foi o PCP, a par de «Os Verdes», o grande defensor da posição que hoje, aliás, muitos já defendem: «ou se nacionalizava o grupo todo (SLN) com os activos capazes de suportar o buraco previsível do BPN ou então não se devia nacionalizar só o BPN».

«No mínimo, devia nacionalizar-se toda a área financeira do BPN, com os mesmos efeitos, mas a isso o CDS e o PSD disseram não, opuseram-se», lembrou, acentuando que a nacionalização do BPN nos termos em que foi feita só teve dois partidos a votar contra: o PCP e «Os Verdes».

Sobre o encerramento puro e simples do banco, cenário ultimamente defendido por algumas pessoas, Honório Novo afirmou que essa é uma solução que não é partilhada pelo PCP, acrescentando que não vê como é que ela pode resolver a questão dos seus 1800 trabalhadores, que assim engrossariam o desemprego.



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