Dar expressão aos sonhos da juventude
«Agora e sempre: juventude está presente!» foi a palavra de ordem ouvida no passado sábado, no Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, e que se aplicou literalmente ao comício que contou com a presença do Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa. Depois do momento musical, a cargo dos Cenáculo, interveio o dirigente da JCP Diogo d' Ávila, que lembrou o apoio do actual Presidente da República a todos os ataques que têm sido perpetrados contra a juventude portuguesa, em clara afronta à Constituição da República: «É assim em relação à educação, à habitação, ao emprego, à cultura ou ao desporto», afirmou o jovem dirigente comunista.
Apesar de todos os ataques, Diogo d' Ávila acredita que a juventude lutará para defender a Constituição, nomeadamente o artigo 70.º, que preconiza que «os jovens gozam de protecção especial para efectivação dos seus direitos económicos, sociais e culturais», no ensino, no trabalho, na habitação, no desporto ou nos tempos livres. Este artigo, declarou, é «de cada um de nós», manifestando a sua certeza de que todos estão «dispostos a continuar a luta pela sua efectivação».
A luta em defesa dos direitos consagrados na Constituição passa, no imediato, pela mobilização em torno da candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República, afirmou Diogo d' Ávila, apelando a que o voto da juventude seja em quem «toda a sua vida lutou e mobilizou» para o cumprimento da Lei Fundamental.
Em seguida, Jerónimo de Sousa saudou a JCP por, num tempo «convidativo ao conformismo, em que se apela à juventude para ficar indiferente, para que não lute», ter um papel tão activo lutas nas escolas e fundamentalmente na Greve Geral. Referindo-se à defesa do artigo 70.º, o Secretário-geral do PCP afirmou que a candidatura e o candidato Francisco Lopes «não precisaram das eleições presidenciais para a defesa» daquele artigo, tendo sido sempre presença permanente em todas as lutas pela defesa dos direitos da juventude. «Comparem-na com as outras candidaturas», desafiou, identificando-as como «comprometidas com as políticas de direita», contrárias aos «interesses, aspirações e sonhos da juventude».
Enunciando as graves dificuldades com que os jovens se defrontam – como a existência de «mais de 550 mil jovens» trabalhadores precários, os milhares de desempregados ou os mais de 300 mil jovens entre os 15 e os 30 anos que não estudam nem trabalham – Jerónimo de Sousa alertou para as alterações às leis laborais propostas pelo Governo, que afectam particularmente os que agora entram no mundo do trabalho. Depois de apelar aos jovens para que «não se resignem, não se conformem», o dirigente comunistas manifestou-se confiante que a juventude «estará disposta a fazer a sua parte» na batalha das presidenciais.