Homenagem a Joaquim Gomes
A Assembleia da República aprovou por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento de Joaquim Gomes, histórico dirigente comunista falecido a 20 de Novembro, expressando aos seus familiares, e em especial à sua companheira de sempre, Maria da Piedade Gomes, «as mais sinceras condolências». Os deputados cumpriram ainda um minuto de silêncio em sua memória.
Nascido na Marinha Grande a 9 de Março de 1917, Joaquim Gomes foi, «como tantos da sua época, um dos homens que não deixaram ser menino», assinala o voto de pesar subscrito pelos deputados do PCP, onde é recordada, já depois da sua ingressão na Federação da Juventude Comunista, aos 14 anos, a sua participação activa nas lutas dos aprendizes por reivindicações salariais e contra o trabalho violento que «tiveram expressão máxima na histórica insurreição de 18 de Janeiro de 1934», onde é preso pela primeira vez.
Já na clandestinidade, com importantes responsabilidades na reorganização do PCP na Marinha Grande, integra a Comissão Política, vindo a ser preso duas outras vezes pela PIDE, de ambas fugindo da prisão, uma das quais a heróica fuga de Peniche na companhia de Álvaro Cunhal, Jaime Serra, Carlos Costa e outros destacados militantes do PCP.
Deste militante comunista que foi deputado por Leiria entre 1976 e 1987, homem «afável e discreto para quem com ele partilhava o quotidiano», que «assumiu até ao fim dos seus dias tarefas no seu Partido», diz ainda o voto que nos deixa «o exemplo e as recordações de uma vida de coragem e resistência ao fascismo, pela liberdade e pela democracia».