Milhares de jornalistas da cadeia pública de informação BBC, no Reino Unido, fizeram uma greve de 48 horas em defesa dos seus direitos de aposentação. O protesto iniciou-se às zero horas de dia 5, afectando as emissões habituais de rádio e televisão. A maioria dos programas informativos foi anulada. Piquetes de greve controlaram instalações em todo o país, designadamente o Centro de Televisão e a sede de radiodifusão em Londres.

O conflito surgiu com a ruptura das negociações entre a administração e o sindicato nacional dos jornalistas (NUJ), que conta 4100 associados, ou seja, perto de um terço dos trabalhadores sindicalizados da BBC.

Segundo os dados do sindicato, 95 por cento dos jornalistas sindicalizados aderiram à greve, com a qual se solidarizaram conhecidos apresentadores e comentadores.

Em causa está um projecto de aumento da idade da reforma dos actuais 60 para os 65 anos, bem como o agravamento das contribuições para o fundo de pensões.

Uma segunda greve foi anunciada para a próxima semana, 15 e 16, caso até lá as partes não cheguem a acordo.

O NUJ foi o único sindicato do grupo que rejeitou as propostas da administração. Todavia, o BECTU, sindicado que agrupa técnicos e produtores, admite agora rever a sua posição e exigir alterações ao acordo se se verificar que o défice do fundo de pensões é inferior ao número evocado pela administração, que se eleva a 1500 milhões de libras (cerca de 1750 milhões de euros).