O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, declarou, no sábado, 2, em Atenas, que o seu governo irá apoiar financeiramente a Grécia, bem como os países da zona euro com vista a superar a crise.

No início de uma visita de sete dias a vários países da União Europeia, o governante declarou que, «com as suas reservas estrangeiras, a China já comprou e pretende comprar mais obrigações gregas », sublinhando que o seu país é «amigo da Grécia e é nos momentos de dificuldade que a amizade se demonstra».

No vasto conjunto de projectos de investimento acordados com Atenas inclui-se a conversão do porto do Pireu «no centro do tráfego comercial de mercadorias chinesas para a Europa», segundo as palavras do chefe do governo helénico, Geórgios Papandreu.

Para esse efeito, o grupo China Ocean Shipping Company (Cosco), construirá ali um enorme centro logístico ligado com o aeroporto da capital, prevendo-se que as trocas comerciais entre os dois países dupliquem já em 2015.

Durante a visita foram ainda assinados 11 outros acordos comerciais que incidem sobretudo no sector dos transportes, mas também abrangem as telecomunicações, turismo e matérias-primas como o mármore.

Ainda no Pireu, empresários chineses planeiam construir um centro de turismo e lazer. Na construção naval, armadores gregos encomendaram seis navios a estaleiros chineses no valor de 270 milhões de dólares. Para financiar estas e outras encomendas, Pequim anunciou a criação de um fundo de cinco mil milhões de dólares.

Nas telecomunicações, o principal operador chinês, Huewei, garantiu o fornecimento de equipamentos de banda larga ao seu homólogo grego OTE.

«Com este esforço comum, podemos superar as actuais dificuldades e reforçar a relação sino-europeia», declarou Wen Jiabao, que chegou na segunda-feira a Bruxelas para participar nas cimeiras Ásia-Europa e UE-China.