Encerramento de farmácias
Heloísa Apolónia, deputada do Grupo Parlamentar «Os Verdes», entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Saúde, sobre o encerramento de farmácias, com a consequente diminuição de acesso a serviços públicos por parte das populações.
«Começa a ser recorrente a chegada de denúncias relativas a encerramento de farmácias em determinadas localidades pequenas e a sua transferência para os centros urbanos. É mais um factor de "encerramento" das próprias localidades, que se vêem confrontadas com a diminuição de serviços públicos, que gera grandes dificuldades no acesso à saúde e ao medicamento, especialmente porque estamos a falar de localidades onde, por norma, habitam maioritariamente pessoas idosas, dado que a organização de serviços não motiva os mais jovens a fixarem-se, e de zonas que não são servidas por uma rede de transportes públicos que garanta a regular e fácil deslocação», afirmam, na pergunta, os ecologistas, que dão como exemplo a população de Sobral da Adiça, em Moura, que está confrontada neste momento com a anuência, por parte do INFARMED, da transferência, para uma distância de 20 quilómetros, da única farmácia ali existente, que serve cerca de 1500 habitantes.
«Uma população na sua maioria idosa, e também por isso mais carente, na generalidade, de toma de medicamentos, que não tem condições fáceis de mobilidade para essa distância tão considerável, para já não falar dos custos agravados dessa deslocação quando estamos a falar de pessoas que vivem, muitas delas, da sua parca reforma», salienta-se no documento enviado ao Executivo PS, onde se interroga: «Quantos pedidos de transferência de farmácias foram solicitados ao INFARMED desde 2006?», «Quantas farmácias foram transferidas desde então? De onde para onde?» e «Que manifestação tem tido o Ministério da Saúde em relação a esta matéria?».