PCP preocupado com novo ano lectivo

Educação à venda

As medidas do Governo aprofundam «um projecto educativo que obedece cegamente à predominância da economia de mercado» e, no essencial, corresponde ao que o PSD descreve na sua revisão constitucional.

A Escola Pública de qualidade e gratuita é um pilar da democracia

Perante «um novo ano lectivo comprometido pela política de Ministério da Educação», o PCP expressou «profunda preocupação». Em conferência de imprensa, na segunda-feira, Jorge Pires, da Comissão Política do Partido, alertou para as consequências negativas que as medidas do Ministério da Educação, relativas ao ano escolar 2010-2011, vão ter na qualidade do ensino, no prestígio da Escola Pública e no aumento do desemprego de docentes e outros trabalhadores da Educação.

O encerramento de 701 escolas (onde se incluem estabelecimentos com mais de 21 alunos, ao contrário do que diz o ME, e que eleva para cerca de 3 500 o número de escolas encerradas desde 2006) e a criação de 86 mega-agrupamentos são, para o PCP, «a face mais visível de uma ofensiva mais vasta, que incorpora um conjunto de orientações das direcções regionais da Educação para os agrupamentos e escolas».

Deste conjunto, Jorge Pires destacou a não aceitação da inscrição de crianças que completam seis anos entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro; o aumento do número de alunos por turma e a formação de turmas à margem das normas sobre integração de alunos com necessidades educativas especiais; a diminuição do número de professores bibliotecários; a eliminação dos créditos de horas das escolas que integram mega-agrupamentos (que vai afectar de forma significativa o apoio aos alunos); e outras medidas que visam a redução significativa do número de professores.

«Desenganem-se os que pensam estarmos perante um conjunto de medidas dispersas», alertou o dirigente comunista, sublinhando que «elas são o resultado do aprofundamento de um projecto educativo que obedece cegamente à predominância da economia de mercado, numa lógica de mercantilizar e privatizar o máximo possível». Este objectivo «integra a construção de uma escola a duas velocidades: uma para os filhos dos ricos, com o acesso a níveis superiores do conhecimento, e outra para a esmagadora maioria das nossas crianças e jovens, cujas famílias têm parcos rendimentos e que agora vêem a situação agravar-se com os cortes na Acção Social Escolar, apenas vocacionada para responder aos interesses do mercado de trabalho». «No essencial, o mesmo que o PSD defende no seu projecto de revisão constitucional», comentou.


Basta!


Para o Partido, «as movimentações da comunidade educativa, que se estão a verificar por todo o País, contra o encerramento de escolas e a imposição dos mega-agrupamentos, mostram que o descontentamento e a vontade de intervir alargaram-se substancialmente a outros sectores, para além dos trabalhadores docentes e não docentes, desmentindo desta forma a tese propalada pelo Governo de que os problemas se resumem a questões laborais».

Jorge Pires acusou o Governo de manter «uma prática política assente na demagogia e na propaganda» e de, «depois de uma fase inicial em que se diferenciou apenas na forma», ter de novo erguido no ME «um muro de arrogância e prepotência onde esbarram todos os que têm opiniões diferentes e procuram as melhores soluções para a Educação em Portugal».

«É tempo de dizer basta a uma política que, a coberto da tão propalada “grande reforma” na Educação, mais não faz do que hipotecar a Escola Pública», afirma o PCP, defendendo que «a Escola Pública de qualidade e gratuita» é «o modelo mais avançado e moderno, mais justo, mais livre e fraterno de organização do sistema educativo», é «um factor necessário e imprescindível do desenvolvimento político, económico, social e cultural de Portugal» e é «um pilar da democracia e da nossa soberania».



Mais artigos de: PCP

Aplausos para uma vida inteira

O imenso aplauso com que centenas de pessoas saudaram, no domingo, no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, a passagem da urna com o corpo de António Dias Lourenço foi uma sentida e justa homenagem a um dos mais destacados dirigentes da história do Partido.

Apelo à luta na emigração

O PCP apela aos seus militantes emigrados e às comunidades portuguesas para que se integrem nas acções de resistência em curso em quase todos os países europeus, com destaque para a jornada de luta de 29 de Setembro, «expressando, nos vários países, localidades,...

Para que nunca mais aconteça!

No dia em que se assinalavam os 65 anos do lançamento da bomba atómica sobre Hiroxima, o PCP alertou para as novas ameaças para a paz provocadas pela política militarista dos Estados Unidos da América, confiante numa resposta de massas à cimeira que a NATO realiza este ano no nosso País.

O mural é uma arma

A história é simples, mas exemplar. A célula do PCP na autarquia de Almada pintou nos últimos meses vários murais por todo o concelho, que foram sucessivamente vandalizados. A resposta dos comunistas foi determinada: repor os murais danificados, acrescentando-lhes outros novos.

 

E os interesses nacionais?

Apesar da época estival, o Governo não cessa com a sua política anti-social e antipopular. Ao mesmo tempo, o PCP prossegue com a denúncia e com a afirmação das suas propostas.

A luta não vai de férias

Até ao fim de Agosto, a Caravana de Verão do PCP percorrerá as praias do País com a distribuição de documentos e várias acções de agitação. A caravana arrancou no fim-de-semana no Norte. Esposende e Vila Praia de...

Combate comum

O Organismo de Coordenação da Emigração na Europa do PCP, que esteve reunido na passada semana em Lisboa, deixou um apelo a todos os membros do Partido e às comunidades portuguesas para que «integrem a luta de resistência que se está a...