BPN e reequipamento militar

E os interesses nacionais?

Apesar da época estival, o Governo não cessa com a sua política anti-social e antipopular. Ao mesmo tempo, o PCP prossegue com a denúncia e com a afirmação das suas propostas.

O que se impõe é o reforço do papel do Estado no sector financeiro

O PCP reagiu, no dia 5, à decisão do Governo de privatizar o Banco Português de Negócios (BPN). Em declarações à imprensa, Jorge Pires, da Comissão Política, salientou que esta venda é «contrária ao interesse público». Para os comunistas, «num momento da vida nacional de profunda crise económica e social, o que se exige é uma maior intervenção do Estado num sector que continua, pela sua acção predadora, a criar dificuldades ao desenvolvimento económico do País, às empresas e às famílias que a ele precisam de recorrer».

O dirigente comunista chamou ainda a atenção para um outro facto: a venda do BPN, nas condições conhecidas, «confirma que o PCP tinha razão quando denunciou o facto de a “nacionalização” do banco, em 2008, estar a ser efectuada apenas com o objectivo de resolver os problemas relacionados com os actos ilícitos daquela instituição». Ao Estado coube, então, a responsabilidade com os encargos financeiros decorrentes da «gestão danosa até aí praticada e dos prejuízos a ela associados», injectando cerca de quatro mil milhões de euros, através da Caixa Geral de Depósitos, que viu os seus resultados afectados por esta decisão.

«Numa operação onde ficam claras as condições de leilão que agravarão ainda mais o prejuízo público, o PCP reafirma que o que se impõe é, não a reprivatização do BPN, mas sim o reforço do papel do Estado neste sector com a incorporação deste banco no sector público.»


Negócios e suspeições


No sábado, dia 7, o Gabinete de Imprensa do Partido emitiu um comunicado acerca das notícias vindas a público relativas ao reequipamento militar. Afirmando que o Governo deveria ter começado por esclarecer os portugueses sobre um conjunto de suspeições que surgiram sobre diversos programas constantes na Lei de Programação Militar, o PCP considera que estas notícias «não são boas para a instituição militar e para a defesa do seu prestígio».

Afirmando ser cada vez mais necessário não só clarificar como verificar outros, o PCP lembra que exige há muito que o Estado português exerça «todas as prerrogativas para defender os seus interesses». Assim fez no caso dos helicópteros e da criação da empresa Augusta Westland portuguesa; nos submarinos que, para além de todo o novelo respeitante aos contratos e contrapartidas, subsiste o saber-se quais os custos de manutenção; às Pandur, cujo desfecho parece encaminhar-se para a denúncia do contrato.

Ao mesmo tempo, os comunistas realçam que o tempo deu razão às posições assumidas pelo PCP aquando da discussão e aprovação da Lei de Programação Militar, quanto às prioridades e objectivos das opções tomadas pelo PS, PSD e CDS-PP. Opções que «constituem elevados encargos para o País, que são justificadas numa lógica de participação em missões externas, em detrimento de outras, como seja o caso dos navios Patrulha, cujo programa nunca mais está concluído e cuja relevância para o interesse nacional é inegável».



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