«Terror» gera repúdio e protesto

Pela liberdade na Petrogal

Os representantes dos trabalhadores da Petrogal decidiram responder ao «terror psicológico» e às ilegalidades na empresa nuclear do Grupo Galp Energia e o PCP já interpelou o Governo.

À pressão psicológico juntou-se o roubo nos salários

Além da participação na tribuna pública contra as privatizações (que tratamos nas páginas centrais), a Fiequimetal/CGTP-IN, os seus sindicatos e a Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal estão a promover diversas acções, reclamando a reposição da legalidade e apelando ao prosseguimento da luta por uma mais justa distribuição da riqueza, através de aumentos salariais e da manutenção do princípio de «distribuição de lucros», como em anos anteriores.

Nos próximos dias, vai ser lançada uma petição, dirigida ao presidente executivo da Galp Energia. Ainda em Julho, vai realizar-se uma iniciativa pública em Lisboa. Em Setembro, haverá plenários de trabalhadores para analisar a evolução da situação.

Entretanto, foi instaurado um processo-crime, contra o Director de Recursos Humanos, e também foi pedida a intervenção da ACT e outras entidades, como a Provedoria de Justiça e os grupos parlamentares.

Em comunicado aos trabalhadores, na semana passada, a federação adiantou que «a queixa apresentada na Provedoria de Justiça vai motivar a abertura de um processo, tendo em conta as ilegalidades perpetradas pela administração, quer quanto aos salários abusivamente tirados aos trabalhadores, a pretexto da adesão à greve, quer no que respeita a todas as outras violações do direito constitucional ao exercício da greve».

Sobre este problema, o secretário-geral da CGTP-IN enviou uma carta ao presidente da Comissão Executiva da Galp Energia, refere ainda o comunicado.

 Em meados de Junho, os trabalhadores dos Serviços de Lisboa da Petrogal (Torres Galp) tinham manifestado, em plenário, repúdio pelas condenáveis posições que a administração assumiu ou às quais deu cobertura, a propósito da greve, e que levaram à suspensão da greve marcada para 18 a 21 de Maio.

Graves violações

Na Assembleia da República, o Grupo Parlamentar do PCP apresentou uma pergunta ao Governo, na qual reproduz as informações sindicais sobre os actos da administração, por via de altos responsáveis das refinarias do Porto e de Sines e de chefias directas nas áreas industriais, que foram praticados antes e durante a greve de 19 a 22 de Abril:

- «as ameaças feitas por chefias sobre despedimentos de trabalhadores e/ou ameaças relacionadas com as suas carreiras profissionais, destacando-se nestes casos, pela agressividade verbal e descontrolo emocional, o director da refinaria do Porto e a chefe de divisão da Movimentação de Produtos da refinaria de Sines»;

- «as humilhações do chefe de Segurança da refinaria do Porto, dirigidas a trabalhadores daquele departamento, cujas ameaças foram feitas com a utilização de um retrato/desenho alusivo à 2.ª Guerra Mundial, onde se vê judeus a cavar uma vala, guardados por soldados nazis, com a legenda “Estás a cavar a tua sepultura”»;

- «as ofensas verbais do chefe de departamento dos Combustíveis da refinaria do Porto, sobre representantes sindicais, apelidando-os de gandulos e outros epítetos».

É ainda citado um documento, distribuído pelo director de Recursos Humanos, determinando que, «na eventualidade de se verificar a paragem de unidades e a sua reposição em funcionamento ultrapassar o período de greve, a empresa descontará no vencimento dos trabalhadores aderentes à greve o valor correspondente ao tempo necessário até à reposição das unidades em funcionamento, com produto em spec”». «Após a greve, o conselho de administração passou das palavras aos actos», refere a pergunta, subscrita por Agostinho Lopes e dirigida ao ministro da Economia.

No final de Junho, a CCT tinha revelado que, além de descontar nos salários mais dias do que os que correspondiam à greve, foram feitos descontos «a potenciais grevistas, a quem só manifestou adesão a parte dos dias de greve e até a trabalhadores que estavam de férias ou em folga».

Na pergunta a Vieira da Silva é ainda exigida uma explicação - e intervenção - do Governo quanto à sonegação de informação à Comissão de Trabalhadores por parte da administração da Petrogal/Galp.



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A luta vai continuar

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