Interesses incenerados
No passado dia 7 de Julho, na reunião de Câmara de Loures, foi discutido o Acordo Parassocial e o Protocolo a celebrar entre os accionistas da Valorsul. «Da proposta subscrita e aprovada pela maioria PS desapareceram as salvaguardas que permitiam ao administrador indicado pelo município aplicar o direito de veto sobre decisões da Valorsul no que diz respeito à ampliação da central de incineração de São João da Talha e da mesma Central receber resíduos de outros concelhos, que não os que fazem parte da Valorsul, para incineração, salvaguardas estas que existiam no anterior Acordo Parassocial», referem, em nota de imprensa, os vereadores do PCP Paulo Piteira, António Pombinho e Maria Eugénia Coelho.
Na actual proposta deixa também de existir o Fundo de Renovação do Capital, através do qual os accionistas em geral e o município de Loures em particular garantiam o retorno do seu capital na Valorsul a preços actualizados, no final da concessão.
Para os eleitos do PCP a não existência destas salvaguardas «constitui um retrocesso relativamente ao Acordo Parassocial e Protocolo anteriormente existentes e negociados pela Câmara de Loures, quando gerida pela CDU, e esta situação é profundamente lesiva para a defesa dos interesses do município e da sua população». Consideram ainda «inadmissível» que a autarquia «tenha aceite discutir e deliberar sobre um assunto desta importância no prazo de 24horas, dado que a versão final do Acordo Parassocial e do Protocolo foi enviada ao município pela Administração da Valorsul apenas no dia 6 de Julho».