Milhares contra cortes salariais
Os funcionários públicos de Espanha saíram à rua, no dia 20, em mais de duas dezenas de cidades para protestar contra a redução dos salários em cinco por cento, já a partir de Junho, uma das medidas anunciadas pelo governo de Zapatero para «economizar» quatro mil milhões de euros até ao final do ano e 15 mil milhões em dois anos.
Sevilha, Málaga, Huelva, Oviedo, Valladolid, Avila, Burgos, Palência, Salamanca, Soria, Barcelona, Guadalajara, Bilbao, Pamplona, Badajoz, Lugo, Madrid, Valência, entre outras, foram cidades onde se realizaram importantes manifestações organizadas pelas principais centrais sindicais.
Esta jornada demonstrou claramente a oposição dos trabalhadores espanhóis ao pacote de austeridade, ao mesmo tempo que marca uma viragem na posição das duas maiores centrais sindicais (CCOO e UGT) em relação ao governo de Zapatero, cuja demissão foi pedida pelos manifestantes.
Com uma greve nacional da Administração Pública marcada para dia 8 de Junho, os líderes sindicais admitem uma intensificação da luta e não excluem «nenhum tipo de acção», aludindo assim a uma eventual greve geral, que o país não vê desde 2002. «Não é um cenário desejável» afirmou o secretário-geral das Comissiones Obreras, Ignacio Fernandez Toxo, reconhecendo que está em curso um ataque «anti-social e anti-económico inoportuno da parte do governo».
Na segunda-feira, 24, Toxo reafirmou à TVE a possibilidade de uma greve geral: «Estamos mais próximos do que há uma semana», mas acrescentou que «uma greve geral seria a pior das coisas que poderia acontecer à Espanha».
Num país onde o desemprego oficial ultrapassa os 20 por cento da população activa, o governo «socialista» anunciou igualmente a eliminação de 13 mil postos de trabalho na Administração Pública ainda este ano.