RCTV Internacional

Desinformação de classe

Desde que a Comissão Nacional de Telecomunicações (CONATEL) da Venezuela decidiu suspender temporariamente seis canais por cabo, desencadeou-se uma campanha de intoxicação da opinião pública dentro e fora da Venezuela. A morte de dois estudantes é igualmente manipulada.

Mais de 100 televisões e perto de 800 rádios cumprem a lei

Ao contrário do que tem sido afirmado pelos meios de comunicação social dominantes- que fazem eco dos interesses do capital - o que está em causa não é a revogação da licença da Radio Caracas Televisión Internacional (RCTVI) por parte do regulador.
A RCTVI foi uma das poucas estações, num universo de 105, que não havia solicitado registo junto da CONATEL. Entretanto, as outras cinco visadas já o fizeram, isto é, optaram por ser canais internacionais e terão as respectivas emissões restabelecidas. Um proprietário de dois destes canais afirmou mesmo que a norma colmata um vazio legal.
Pelo contrário, a RCTVI, fazendo jus ao papel de promotora golpista (envolveu-se no golpe de Estado que em 2002 tentou derrubar o presidente Hugo Chávez e, recentemente, deu voz ao patrão dos patrões, Noel Álvarez, que afirmou que a solução para Chávez é militar), prefere o conflito, mesmo sabendo que 94 por cento dos seus conteúdos são nacionais e, por isso, tem de ser registada como canal nacional.
Ora a RCTVI não quer ser nacional porque, de acordo com as leis, seria obrigada a transmitir comunicações oficiais - e não apenas os discursos do presidente, como se afirma -, e teria de respeitar os limites publicitários e a regulamentação de elementos de linguajem, saúde, sexo, violência ou recomendação por faixa etária.
Em suma, a RCTVI não quer cumprir a legislação, ao contrário de mais de uma centena de outros canais e perto de 800 rádios de várias tendências políticas ou sem qualquer tendência particular.

Manipulação

A par da campanha mediática, desencadearam-se protestos na Venezuela. Disse-se que dois jovens foram mortos pelas autoridades, mas quem o afirmou mentiu. O que se passou não corresponde ao que tem sido propagandeado.
Primeiro, um dos estudantes assassinados era militante do partido de Chávez, e a polícia acompanhava a manifestação de apoio à suspensão da RCTVI para evitar confrontos entre os jovens e grupos armados que ali se encontravam, mas não conseguiu evitar a morte de Yorsinis Carrillo, de 16 anos, baleado por disparos provenientes dos arruaceiros.
Segundo, os estudantes da oposição marcharam sem constrangimentos até à estação pública VTV (que substitui a RCTVI em sinal aberto) e ali foram recebidos pelos responsáveis do canal, exortando, no fim do encontro, o diálogo apesar das diferenças de opinião.
Só muitas horas depois, Marcos Rosales, estudante oposicionista, foi assassinado por um grupo ainda não identificado, o qual surgiu organizado e transportado como os que, durante todo o dia, espalharam a violência disparando sobre estudantes e polícias. Mas tal também não é difundido.


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