PSD – bate, bate, coração!

Carlos Gonçalves
Vai dura a guerra dos barões do PSD pelo poder no partido. Há dias F. P. Balsemão, «militante número um» e patrão dos média dominantes, veio dizer que o PSD, por este caminho, estava à beira do «suicídio». Este fim-de-semana, após a prestação do líder parlamentar e de estar à vista um OE acordado entre PS e PSD, o mesmo bilionário, num jantar da Quinta da Marinha, veio rectificar o tiro - afinal, o PSD está «vivo» e recomenda-se. Mas logo L.F.Menezes fez saber que «o PSD está muito doente».
São pelo menos 10(!) os pré-candidatos na corrida a presidente do PSD: P.Coelho, o único que se assume há muito; A.Branco, à bolina da AR; M.R.Sousa, à espera da «vaga de fundo» que não aparece; P.Rangel, R.Rio e M.Sarmento, à «coca» da oportunidade, mas receosos de avançar cedo de mais; P.S.Lopes, M.Mendes, L.F.Menezes e mesmo M.F.Leite que não desdenhariam uma nova oportunidade.
Os pré candidatos não se entendem - directas ou congresso antecipado? «Intransigência negocial» QB ou «consenso fácil» com Sócrates? Voto a favor de um OE PS/PSD de inspiração presidencial, ou apenas abstenção que o viabilize mas marque distâncias, por não se ir mais longe nas políticas de direita(?) - por exemplo, até ao corte dos salários, como defende M.Frasquilho.
Facto é que a guerra dos barões do PSD está ainda mais inconclusiva, depois do grande capital e o PR Cavaco Silva terem tornado ainda mais imperativa a exigência de que PS e PSD se ponham de acordo, empurrando a putativa crise política – e a janela de oportunidade eleitoral do PSD - lá para 2011.
Facto é que as dificuldades actuais do PSD vêm de 2005, quando o PS lhe sacou de novo as clientelas e passou a fazer de forma mais eficaz a mesma política de direita. E a única esperança do PSD é o «rotativismo» e que o poder lhe caia, um dia, no regaço por esgotamento do PS, para poder então assumir o comando da continuidade da mesma política de direita. Basta esperar por esse dia. Bate, bate, coração(!).
E igualmente facto é que o PSD - como bem se viu na recente cena de ciúmes com o CDS, por «amor» ao PS - é tão responsável como o Governo de Sócrates, por acção e omissão, pela desgraçada situação em que hoje vivemos. E, com mais ou menos teatralidade, vão todos continuar juntinhos – PS, PSD e CDS – no essencial das políticas de direita. E por isso serão denunciados e combatidos, sem hesitações, pelos comunistas, os trabalhadores e o povo.


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