Ano novo, velhas receitas
A espiral de exploração e de opressão aí está com renovadas ofensivas anti-sociais
O ano de 2010 inicia-se com um conjunto de acontecimentos especialmente elucidativos do momento histórico que vivemos. As profissões de fé da chamada «recuperação económica» e do «fim da crise» não conseguem esconder a realidade marcada pelos devastadores efeitos da profunda crise do capitalismo. Uma crise que arrasou e continua a arrasar não o grande capital - os dados sobre os lucros do capital financeiro a nível mundial e a «retoma» dos movimentos especulativos neste início de ano são elucidativos da sua «boa saúde» - mas sim as condições sociais e de vida de imensas massas trabalhadoras e populares.
Os níveis históricos de desemprego, de pobreza e de vários outros fenómenos de regressão social e mesmo civilizacional não comovem a gula do lucro capitalista. A espiral de exploração e de opressão aí está com renovadas ofensivas anti-sociais e anti-democráticas dirigidas contra os mesmos de sempre. Na União Europeia, e depois do «forrobodó» dos apoios milionários ao grande capital, retoma-se a velha ladainha da «responsabilidade» para, em nome do «equilíbrio das contas públicas» se apontar mais baterias aos salários e aos direitos laborais e sociais como ficou bem patente no lançamento da nova versão da Estratégia de Lisboa - a Estratégia 2020 - na discussão sobre a «Estratégia para a saída da crise» ou na recuperação da «ditadura» do Pacto de Estabilidade.
Quando o «El Dorado» do negócio ambiental - o novo paradigma de dominação económica do capitalismo no Século XXI que nada tem que ver com uma real política de defesa do meio ambiente – parece adiado com o fracasso dos intentos dos EUA e da União Europeia em Copenhaga, os discursos da «mudança» que marcaram 2009 e as já esquecidas reuniões do G20 dão lugar a uma nova onda de privatizações, fusões e aquisições e até o «desacreditado» FMI reentra vigorosamente em cena para impor à «falida» Grécia a velha receita de mais neoliberalismo, privatizações e exploração.
É a forma de o sistema reagir à sua própria crise e que, naturalmente, surge acompanhada da intensificação da vertente militarista, belicista e repressiva do sistema. No Afeganistão o pântano militar estende-se ao Paquistão com a chegada de mais tecnologia e soldados à região; Na Palestina retomam-se os ataques à Faixa de Gaza e Israel lança-se na construção de um novo muro, desta feita na fronteira com o Egipto, fazendo-nos recordar como fugaz e falsa foi a determinação de Obama em alcançar um acordo de Paz; em toda a região do Médio Oriente, Ásia Central, Mar Vermelho e Golfo de Áden projectam-se novas forças militares, como no Iémen e na Somália e as convenientes ONG’s do sistema, como a OXFAM, alertam para o «risco» da «desintegração» do «gigante» Sudão sinalizando a prioridade Norte de África. O «terrorismo» e a paranóia securitária voltam a encher as páginas dos jornais e as «agências» – CIA, MI5 e Mossad – assumem-se como a vanguarda do relançamento da guerra e da «cooperação» transatlântica. Os «episódios» – como um ataque a uma base da CIA perpetrado por um «informador» das «agências» que não foi revistado à entrada; um atentado «falhado» realizado pelo filho de um banqueiro nigeriano «amigo» das «agências» ou a prisão de supostos suspeitos terroristas nos mais variados cantos do mundo – completam a estratégia de guerra da administração Obama e da NATO assente nos requentados argumentos de Bush da guerra sem quartel ao terrorismo.
De facto já não há discursos ou prémios que escondam o que é evidente neste início de ano: como o demonstra o recente assassinato à bomba de um cientista iraniano, a violência, a guerra, o militarismo e a repressão estão novamente no topo da agenda internacional do imperialismo. E é à luz desta análise que devem ser lidos todos estes acontecimentos e outros como a inclusão de Cuba nos países patrocinadores do terrorismo, as provocações militares contra a Venezuela e a nova ofensiva anti-comunista contra o Partido Comunista da Boémia e Morávia na República Checa.
Os níveis históricos de desemprego, de pobreza e de vários outros fenómenos de regressão social e mesmo civilizacional não comovem a gula do lucro capitalista. A espiral de exploração e de opressão aí está com renovadas ofensivas anti-sociais e anti-democráticas dirigidas contra os mesmos de sempre. Na União Europeia, e depois do «forrobodó» dos apoios milionários ao grande capital, retoma-se a velha ladainha da «responsabilidade» para, em nome do «equilíbrio das contas públicas» se apontar mais baterias aos salários e aos direitos laborais e sociais como ficou bem patente no lançamento da nova versão da Estratégia de Lisboa - a Estratégia 2020 - na discussão sobre a «Estratégia para a saída da crise» ou na recuperação da «ditadura» do Pacto de Estabilidade.
Quando o «El Dorado» do negócio ambiental - o novo paradigma de dominação económica do capitalismo no Século XXI que nada tem que ver com uma real política de defesa do meio ambiente – parece adiado com o fracasso dos intentos dos EUA e da União Europeia em Copenhaga, os discursos da «mudança» que marcaram 2009 e as já esquecidas reuniões do G20 dão lugar a uma nova onda de privatizações, fusões e aquisições e até o «desacreditado» FMI reentra vigorosamente em cena para impor à «falida» Grécia a velha receita de mais neoliberalismo, privatizações e exploração.
É a forma de o sistema reagir à sua própria crise e que, naturalmente, surge acompanhada da intensificação da vertente militarista, belicista e repressiva do sistema. No Afeganistão o pântano militar estende-se ao Paquistão com a chegada de mais tecnologia e soldados à região; Na Palestina retomam-se os ataques à Faixa de Gaza e Israel lança-se na construção de um novo muro, desta feita na fronteira com o Egipto, fazendo-nos recordar como fugaz e falsa foi a determinação de Obama em alcançar um acordo de Paz; em toda a região do Médio Oriente, Ásia Central, Mar Vermelho e Golfo de Áden projectam-se novas forças militares, como no Iémen e na Somália e as convenientes ONG’s do sistema, como a OXFAM, alertam para o «risco» da «desintegração» do «gigante» Sudão sinalizando a prioridade Norte de África. O «terrorismo» e a paranóia securitária voltam a encher as páginas dos jornais e as «agências» – CIA, MI5 e Mossad – assumem-se como a vanguarda do relançamento da guerra e da «cooperação» transatlântica. Os «episódios» – como um ataque a uma base da CIA perpetrado por um «informador» das «agências» que não foi revistado à entrada; um atentado «falhado» realizado pelo filho de um banqueiro nigeriano «amigo» das «agências» ou a prisão de supostos suspeitos terroristas nos mais variados cantos do mundo – completam a estratégia de guerra da administração Obama e da NATO assente nos requentados argumentos de Bush da guerra sem quartel ao terrorismo.
De facto já não há discursos ou prémios que escondam o que é evidente neste início de ano: como o demonstra o recente assassinato à bomba de um cientista iraniano, a violência, a guerra, o militarismo e a repressão estão novamente no topo da agenda internacional do imperialismo. E é à luz desta análise que devem ser lidos todos estes acontecimentos e outros como a inclusão de Cuba nos países patrocinadores do terrorismo, as provocações militares contra a Venezuela e a nova ofensiva anti-comunista contra o Partido Comunista da Boémia e Morávia na República Checa.