A Direcção da Organização Regional de Aveiro do PCP (DORAV) veio uma vez mais a público denunciar a «grave situação laboral» que se vive no distrito, bem como as «inerentes consequências sociais» que afectam milhares de trabalhadores. Em nota de imprensa de dia 21 de Dezembro, os comunistas de Aveiro destacam os casos das empresas Rohde, Aerosoles, Califa e Oliva, em que se acumulam as situações de lay-off, atrasos salariais e de outros elementos contratuais, como os subsídios de Natal, os sucessivos incumprimentos de promessas patronais ou ainda o arrastamento de processos judiciais.
Para a DORAV, «em comum estas empresas oferecem aos seus trabalhadores um cenário presente de maior incerteza e insegurança sobre a manutenção dos seus postos de trabalho». Nos casos da Califa e da Aerosoles, os trabalhadores, «ainda que se mantenham subsídios de Natal em atraso, conseguiram receber os salários de Novembro e Dezembro no desenvolvimento das lutas que levaram a efeito, no caso da Califa através do recurso à greve».
Já na Oliva, realçam os comunistas, «os trabalhadores – pela luta travada – conseguiram receber 20 por cento do que faltava do salário de Novembro, mantendo-se um pré-aviso de greve para receber o resto em falta, tal como na Califa». Na Rohde, os cerca de mil trabalhadores da empresa apenas recebem os seus subsídios através Segurança Social, «mantendo-se a situação de indefinição quanto ao futuro da empresa».
Para o PCP, há que valorizar a resistência dos trabalhadores destas empresas que, «recusando a passividade, vêm utilizando diversas formas de protesto e de luta, assumindo igualmente como causa sua a defesa do aparelho produtivo». E acrescentam que o PCP, aliás de acordo com o seu compromisso eleitoral, «tem insistido junto do Governo e dos ministérios tutelares, através da apresentação sistemática de perguntas, procurando a clarificação e o compromisso do Governo para com estas empresas e trabalhadores». Até ao dia em que a nota de imprensa foi emitida, nenhuma tido obtido qualquer resposta.