«ELEIÇÕES» no Protectorado
Tudo indica que o Kosovo é um dos centros mais importantes do crime organizado na Europa
Realizou-se recentemente eleições na província sérvia do Kosovo. Para uma população que as potências da NATO diziam estar sedenta de autonomia face a Belgrado, a participação anunciada oficialmente de 45% foi extremamente baixa. Onde estão as centenas de milhares de vítimas da «catástrofe humanitária» inventada em 1999 pela NATO para justificar a agressão contra a Jugoslávia? Onde estão os dois milhões de kosovares albaneses que recusavam viver num estado multiétnico?
A miséria e o desemprego que desde os bombardeamentos da NATO grassam nos Balcãs como uma epidemia não têm cessado de se agravar. As potências agressoras prosseguindo os seus objectivos separatistas têm vindo a apoiar a limpeza étnica do território executada pelos chefes do UCK(1) e que culminou em Fevereiro de 2008 com a proclamação ilegal da «independência» em violação da Resolução 1244 das Nações Unidas que reconhece o Kosovo como parte integrante da Sérvia.
É este o sentido das saudações da administração norte-americana e dos círculos da NATO aos «vencedores das eleições» e ao «Governo» de Pristina. Mas há um aspecto que tem sido abafado em todo este processo. Os vencedores do acto «eleitoral» constam em relatórios dos serviços de informação das próprias potências da NATO (como por exemplo num documento do BND alemão) como «figuras chave do crime organizado», a começar pelo chefe do «Governo» e do «Partido Democrático do Kosovo», Hashim Thaci, (Weltwoche, 43/2005). Thaci considerado pelos Estados Unidos até 1998 como terrorista, foi promovido em Rambouillet a dirigente «libertador» por Madeline Albreight e Joseph Fischer quando a NATO preparava a agressão contra a Jugoslávia. Outra figura destacada do UCK, Rasmush Haradinaj, surge num relatório dos serviços de informação da ONU, Central Intelligence Unit (CIU), ligado a uma tentativa de roubo de 60 quilos de heroína. Mas, antes de os inspectores da ONU o poderem interrogar foi levado de helicóptero numa operação relâmpago para uma base norte-americana. Depois de um treino nos Estados Unidos regressa ao Kosovo e funda um novo partido, a «Aliança para o Futuro do Kosovo». Em Dezembro de 2004 Haradinaj com o apoio de Washington tornou-se primeiro-ministro em Pristina. Porém, passados poucos meses, teve de demitir-se devido a acusações muito fortes de limpeza étnica, tortura e violação de mulheres sérvias. Uma vez na Holanda foi colocado em liberdade por 9 das 10 testemunhas que o acusavam terem falecido por morte violenta e a décima ter retirado as suas declarações. Sempre protegido pela Administração norte-americana já retomou a actividade política.
Segundo o documento citado dos serviços de informação alemães, «dos nomes mais destacados do crime organizado aparecem praticamente só comandantes do UCK, ou de unidades especiais».
Tudo indica que o Kosovo é um dos centros mais importantes do crime organizado na Europa. Segundo Klaus Schmidt, chefe da PAMECA, missão europeia de apoio à polícia na Albânia, circulam diariamente 500 a 700 toneladas de ópio através da Albânia e do Kosovo. Do Afeganistão, onde a NATO assegura a sobrevivência do clã de Karzai, chegam à Albânia enormes quantidades de heroína destinada aos mercados da União Europeia e dos Estados Unidos. Objectivamente, a NATO com o seu poderio militar é de facto o principal pilar de sustentação desta teia de cumplicidades entre o mundo do crime, as estruturas políticas e os interesses geoestratégicos dos grupos monopolistas e das grandes potências imperialistas. Paralelamente à sua missão de imposição de uma nova ordem mundial injusta e opressora, a NATO surge cada vez mais como braço armado do crime organizado.
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(1) Exército de Libertação do Kosovo
A miséria e o desemprego que desde os bombardeamentos da NATO grassam nos Balcãs como uma epidemia não têm cessado de se agravar. As potências agressoras prosseguindo os seus objectivos separatistas têm vindo a apoiar a limpeza étnica do território executada pelos chefes do UCK(1) e que culminou em Fevereiro de 2008 com a proclamação ilegal da «independência» em violação da Resolução 1244 das Nações Unidas que reconhece o Kosovo como parte integrante da Sérvia.
É este o sentido das saudações da administração norte-americana e dos círculos da NATO aos «vencedores das eleições» e ao «Governo» de Pristina. Mas há um aspecto que tem sido abafado em todo este processo. Os vencedores do acto «eleitoral» constam em relatórios dos serviços de informação das próprias potências da NATO (como por exemplo num documento do BND alemão) como «figuras chave do crime organizado», a começar pelo chefe do «Governo» e do «Partido Democrático do Kosovo», Hashim Thaci, (Weltwoche, 43/2005). Thaci considerado pelos Estados Unidos até 1998 como terrorista, foi promovido em Rambouillet a dirigente «libertador» por Madeline Albreight e Joseph Fischer quando a NATO preparava a agressão contra a Jugoslávia. Outra figura destacada do UCK, Rasmush Haradinaj, surge num relatório dos serviços de informação da ONU, Central Intelligence Unit (CIU), ligado a uma tentativa de roubo de 60 quilos de heroína. Mas, antes de os inspectores da ONU o poderem interrogar foi levado de helicóptero numa operação relâmpago para uma base norte-americana. Depois de um treino nos Estados Unidos regressa ao Kosovo e funda um novo partido, a «Aliança para o Futuro do Kosovo». Em Dezembro de 2004 Haradinaj com o apoio de Washington tornou-se primeiro-ministro em Pristina. Porém, passados poucos meses, teve de demitir-se devido a acusações muito fortes de limpeza étnica, tortura e violação de mulheres sérvias. Uma vez na Holanda foi colocado em liberdade por 9 das 10 testemunhas que o acusavam terem falecido por morte violenta e a décima ter retirado as suas declarações. Sempre protegido pela Administração norte-americana já retomou a actividade política.
Segundo o documento citado dos serviços de informação alemães, «dos nomes mais destacados do crime organizado aparecem praticamente só comandantes do UCK, ou de unidades especiais».
Tudo indica que o Kosovo é um dos centros mais importantes do crime organizado na Europa. Segundo Klaus Schmidt, chefe da PAMECA, missão europeia de apoio à polícia na Albânia, circulam diariamente 500 a 700 toneladas de ópio através da Albânia e do Kosovo. Do Afeganistão, onde a NATO assegura a sobrevivência do clã de Karzai, chegam à Albânia enormes quantidades de heroína destinada aos mercados da União Europeia e dos Estados Unidos. Objectivamente, a NATO com o seu poderio militar é de facto o principal pilar de sustentação desta teia de cumplicidades entre o mundo do crime, as estruturas políticas e os interesses geoestratégicos dos grupos monopolistas e das grandes potências imperialistas. Paralelamente à sua missão de imposição de uma nova ordem mundial injusta e opressora, a NATO surge cada vez mais como braço armado do crime organizado.
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(1) Exército de Libertação do Kosovo