Liberdade para Aminetu Haidar
Marrocos está a intensificar a sua política repressiva contra o povo saarauí, considera o presidente da República Árabe Saarauí Democrática, Mohamed Abdelaziz. A provar este facto está a recente expulsão do país da activista política Aminetu Haidar.
No passado dia 14 de Novembro, Haidar regressava dos EUA onde foi agraciada com o prémio «Coragem Civil» pela sua luta em torno da defesa dos direitos humanos. Impedida pelas autoridades marroquinas de entrar em El Aiun, onde se deveria reunir com a sua família, foi enviada, no dia seguinte, sem passaporte, para Lanzarote, nas ilhas Canárias.
Com a saúde debilitada devido aos anos passados nas prisões marroquinas, a saarauí de 42 anos permanece no aeroporto daquela cidade em greve de fome em protesto contra a decisão do governo de Rabat. A situação está a provocar uma onda de indignação internacional e a deixar embaraçado o governo espanhol.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Madrid, Angel Moratinos, diz que «se por razões administrativas, Haidar não garantiu os requisitos que o governo marroquino exige, o que podemos fazer é facilitar a sua chegada a Lanzarote», mas a Frente POLISÁRIO rejeita as pretensas «razões administrativas» invocadas pelo responsável diplomático e considera que este «não pode abraçar a versão da polícia marroquina sem ser acusado de colaboração e conivência», até porque, acrescentam, as normas internacionais proíbem a Espanha de receber um cidadão expulso contra a sua vontade.
Nobel solidariedade
Entretanto, contribuindo para o alargamento da campanha de solidariedade internacional para com Aminetu Haidar, o escritor português José Saramago divulgou uma carta aberta na qual expressa apreço pela causa da autodeterminação do povo saarauí e apela à militante para que, «apesar do exemplo valioso em que todas as pessoas e todo o mundo se reconhecem», não coloque a sua vida em risco, porque pela frente existem muitas batalhas para as quais o seu contributo é necessário.
No texto, o Nobel da Literatura considera que «Marrocos em relação ao Saara [Ocidental] transgride tudo aquilo que são as normas de boa conduta» e apela à sensibilidade do governo espanhol para com Aminetu Haidar e o povo saarauí. «Não se trata de humanitarismo, as resoluções das nações Unidas, o Direito Internacional e o senso comum estão do lado certo, e em Marrocos e em Espanha disso se sabe».
«Deixemos que Aminetu regresse a sua casa com o reconhecimento do seu valor, à luz do dia, porque são pessoas como ela que dão personalidade ao nosso tempo e sem Aminetu todos, seguramente, seríamos mais pobres», frisa José Saramago.
«Aminetu não tem um problema. Um problema tem seguramente Marrocos. E pode resolvê-lo... terá que resolvê-lo. Não se trata apenas de um problema de uma mulher corajosa e frágil, mas sim o de todo um povo que não se rende já que não entende nem a irracionalidade nem a voracidade expansionista, que caracterizavam outros tempos e outros graus de civilização», conclui o militante comunista.
No passado dia 14 de Novembro, Haidar regressava dos EUA onde foi agraciada com o prémio «Coragem Civil» pela sua luta em torno da defesa dos direitos humanos. Impedida pelas autoridades marroquinas de entrar em El Aiun, onde se deveria reunir com a sua família, foi enviada, no dia seguinte, sem passaporte, para Lanzarote, nas ilhas Canárias.
Com a saúde debilitada devido aos anos passados nas prisões marroquinas, a saarauí de 42 anos permanece no aeroporto daquela cidade em greve de fome em protesto contra a decisão do governo de Rabat. A situação está a provocar uma onda de indignação internacional e a deixar embaraçado o governo espanhol.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Madrid, Angel Moratinos, diz que «se por razões administrativas, Haidar não garantiu os requisitos que o governo marroquino exige, o que podemos fazer é facilitar a sua chegada a Lanzarote», mas a Frente POLISÁRIO rejeita as pretensas «razões administrativas» invocadas pelo responsável diplomático e considera que este «não pode abraçar a versão da polícia marroquina sem ser acusado de colaboração e conivência», até porque, acrescentam, as normas internacionais proíbem a Espanha de receber um cidadão expulso contra a sua vontade.
Nobel solidariedade
Entretanto, contribuindo para o alargamento da campanha de solidariedade internacional para com Aminetu Haidar, o escritor português José Saramago divulgou uma carta aberta na qual expressa apreço pela causa da autodeterminação do povo saarauí e apela à militante para que, «apesar do exemplo valioso em que todas as pessoas e todo o mundo se reconhecem», não coloque a sua vida em risco, porque pela frente existem muitas batalhas para as quais o seu contributo é necessário.
No texto, o Nobel da Literatura considera que «Marrocos em relação ao Saara [Ocidental] transgride tudo aquilo que são as normas de boa conduta» e apela à sensibilidade do governo espanhol para com Aminetu Haidar e o povo saarauí. «Não se trata de humanitarismo, as resoluções das nações Unidas, o Direito Internacional e o senso comum estão do lado certo, e em Marrocos e em Espanha disso se sabe».
«Deixemos que Aminetu regresse a sua casa com o reconhecimento do seu valor, à luz do dia, porque são pessoas como ela que dão personalidade ao nosso tempo e sem Aminetu todos, seguramente, seríamos mais pobres», frisa José Saramago.
«Aminetu não tem um problema. Um problema tem seguramente Marrocos. E pode resolvê-lo... terá que resolvê-lo. Não se trata apenas de um problema de uma mulher corajosa e frágil, mas sim o de todo um povo que não se rende já que não entende nem a irracionalidade nem a voracidade expansionista, que caracterizavam outros tempos e outros graus de civilização», conclui o militante comunista.