Dezenas de pessoas participaram, no dia 5, na apresentação do livro Hitler: Ascensão Irresistível? da autoria do alemão Kurt Gossweiler e editado em Portugal pelas Edições Avante!. A apresentação do livro, que reúne vários artigos do autor sobre este assunto, decorreu no salão do Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, e contou com a intervenção de Jorge Cadima, autor do prefácio.
No texto como na intervenção proferida, o colaborador da Secção Internacional do PCP citou o autor, que considera a obra como um «contributo para evitar que a profunda crise do capitalismo possa, mais uma vez, conduzir a Humanidade para uma nova catástrofe histórica».
O livro apresentado constitui ainda uma forma de «contrariar o esquecimento em que os acontecimentos históricos, inevitavelmente, tendem a cair com o passar dos anos». Sobretudo, como acontece actualmente, no quadro de uma «flagrante e despudorada tentativa de reescrever e falsificar a verdade histórica sobre o fascismo», que, garante, «não é inocente nem um mero fruto do acaso».
Como alertou Jorge Cadima, neste início do século XXI «assistimos a paradas de veteranos das SS que desfilam em capitais da União Europeia (Riga ou Tallin), ao mesmo tempo que os respectivos governos insultam a memória e os monumentos aos soldados soviéticos e ao Exército Vermelho – os principais e decisivos obreiros da derrota do nazi-fascismo», ao mesmo tempo que em alguns países da Europa se assiste à eleição de deputados e eurodeputados de organizações «cada vez mais claramente fascistas». Estas campanhas, prosseguiu, têm a «chancela oficial das classes dirigentes», como ficou claro na recente declaração do Parlamento Europeu que equipara fascismo e comunismo.
Jorge Cadima teve ainda a oportunidade de realçar a «marca de classe e ideológica» do fascismo - «apoiado e alimentado pelos sectores mais reaccionários de um capitalismo em crise profunda e que visava salvar uma dominação de classe ameaçada».