Resistência boicota «eleições»
A Frente Nacional de Resistência contra o Golpe de Estado apela ao povo hondurenho e aos candidatos para que boicotem a farsa eleitoral montada pelos golpistas e se mobilizem na defesa de uma Assembleia Nacional Constituinte, única saída para a crise política no país.
A participação seria uma forma de legitimação da ditadura
«Vencido a 5 de Novembro o prazo estabelecido para a restituição do presidente legítimo Manuel Zelaya, declaramos o nosso desconhecimento do processo eleitoral agendado para o próximo dia 29 de Novembro», disse a Frente Nacional de Resistência em comunicado divulgado anteontem.
Para a Frente, a participação «nas eleições promovidas por um regime de facto que reprime e atropela os direitos humanos e políticos dos cidadãos, seria uma forma de legitimação da ditadura da oligarquia nacional e internacional». Mesmo que até ao dia das «eleições» o presidente Zelaya seja restituído no cargo para o qual foi democraticamente eleito, a proximidade do acto torna impossível «desmontar a fraude montada com o objectivo de assegurar que um dos representantes da oligarquia golpista dê continuidade ao seu projecto antidemocrático e repressor».
Apesar de não reconhecerem o sufrágio, a resistência sublinha, no documento publicado na íntegra no Tribuna Popular, que tal «não significa que tenhamos renunciado à nossa reivindicação fundamental de regresso das Honduras à ordem institucional», no que se inclui «o regresso do presidente Zelaya ao cargo para o qual foi eleito pelo povo hundurenho».
Neste contexto, a estrutura sublinha que «hoje, mais que nunca, fica demonstrado que o exercício da democracia participativa através da instalação da Assembleia Nacional Constituinte não só é um direito inegociável» como a única solução para a crise.
Apelo ao povo
Denunciando «a atitude cúmplice do governo dos EUA, que manobrou para dilatar a crise e agora demonstra a sua verdadeira intenção de validar o regime golpista e assegurar que o próximo governo seja dócil perante os interesses das multinacionais e o projecto [norte-americano] de controlo regional», a Frente Nacional de Resistência apela «a todas as organizações e candidaturas políticas» para que «demonstrem uma atitude consequente com os compromissos assumidos anteriormente e se retirem publicamente da farsa eleitoral».
A organização contra-golpista convoca ainda «a população a somar-se às acções de repúdio da farsa eleitoral e a promover as acções de desobediência civil que realizaremos de acordo com o artigo 3 da Constituição da República, o qual garante o direito à desobediência civil e à insurreição popular».
Recorde-se que há uma semana expirou o prazo dado por Manuel Zelaya para a sua restituição no cargo, tal como estava definido no acordo assinado no final de Outubro pelos representantes do presidente hondurenho e os homólogos golpistas.
Acresce que não só o parlamento Hondurenho ainda não convocou uma nova reunião para votar a recondução de Zelaya, como, também no dia 5, o líder golpista Roberto Micheletti anunciou a formação de um governo sem a participação dos apoiantes do presidente destituído ilegalmente em Junho deste ano.
Os EUA – cujo envolvimento na preparação do golpe de Estado está provado – lamentam que as partes não cumpram o estipulado nas negociações, mas preparam-se para reconhecer a legitimidade do sufrágio com ou sem Zelaya na presidência, assegura o senador republicano Jim DeMint. De Mint alega ter garantias da secretária de Estado, Hillary Clinton, e do subsecretário para a América Latina, Thomas Shannon.
Para a Frente, a participação «nas eleições promovidas por um regime de facto que reprime e atropela os direitos humanos e políticos dos cidadãos, seria uma forma de legitimação da ditadura da oligarquia nacional e internacional». Mesmo que até ao dia das «eleições» o presidente Zelaya seja restituído no cargo para o qual foi democraticamente eleito, a proximidade do acto torna impossível «desmontar a fraude montada com o objectivo de assegurar que um dos representantes da oligarquia golpista dê continuidade ao seu projecto antidemocrático e repressor».
Apesar de não reconhecerem o sufrágio, a resistência sublinha, no documento publicado na íntegra no Tribuna Popular, que tal «não significa que tenhamos renunciado à nossa reivindicação fundamental de regresso das Honduras à ordem institucional», no que se inclui «o regresso do presidente Zelaya ao cargo para o qual foi eleito pelo povo hundurenho».
Neste contexto, a estrutura sublinha que «hoje, mais que nunca, fica demonstrado que o exercício da democracia participativa através da instalação da Assembleia Nacional Constituinte não só é um direito inegociável» como a única solução para a crise.
Apelo ao povo
Denunciando «a atitude cúmplice do governo dos EUA, que manobrou para dilatar a crise e agora demonstra a sua verdadeira intenção de validar o regime golpista e assegurar que o próximo governo seja dócil perante os interesses das multinacionais e o projecto [norte-americano] de controlo regional», a Frente Nacional de Resistência apela «a todas as organizações e candidaturas políticas» para que «demonstrem uma atitude consequente com os compromissos assumidos anteriormente e se retirem publicamente da farsa eleitoral».
A organização contra-golpista convoca ainda «a população a somar-se às acções de repúdio da farsa eleitoral e a promover as acções de desobediência civil que realizaremos de acordo com o artigo 3 da Constituição da República, o qual garante o direito à desobediência civil e à insurreição popular».
Recorde-se que há uma semana expirou o prazo dado por Manuel Zelaya para a sua restituição no cargo, tal como estava definido no acordo assinado no final de Outubro pelos representantes do presidente hondurenho e os homólogos golpistas.
Acresce que não só o parlamento Hondurenho ainda não convocou uma nova reunião para votar a recondução de Zelaya, como, também no dia 5, o líder golpista Roberto Micheletti anunciou a formação de um governo sem a participação dos apoiantes do presidente destituído ilegalmente em Junho deste ano.
Os EUA – cujo envolvimento na preparação do golpe de Estado está provado – lamentam que as partes não cumpram o estipulado nas negociações, mas preparam-se para reconhecer a legitimidade do sufrágio com ou sem Zelaya na presidência, assegura o senador republicano Jim DeMint. De Mint alega ter garantias da secretária de Estado, Hillary Clinton, e do subsecretário para a América Latina, Thomas Shannon.