Desemprego não pára de aumentar

Travar o flagelo só com mudança de rumo

O PCP considera que os números oficiais do desemprego divulgados na passada semana «são os mais graves de que há memória», exigindo, por isso, respostas prontas do Governo.
De acordo com os mais recentes dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 29,1 por cento em Setembro relativamente ao mês homólogo do ano passado e aumentou 1,7 por cento face a Agosto (um acréscimo de 8693 inscritos).
«Mesmo tendo em conta que os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional são sempre muito abaixo da realidade, regista-se um aumento de 115 mil desempregados» em relação a igual mês do ano anterior, salientou o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, para quem este aumento de quase «30 por cento significa um sério agravamento da situação do desemprego, que tende a continuar».
Segundo o IEFP, no final de Setembro encontravam-se inscritos nos Centros de Emprego do Continente e das Regiões Autónomas 510 356 desempregados, mais 115 113 indivíduos do que há um ano.
Perante esta situação que classifica de extrema gravidade, o PCP entende que cumpre ao Governo agir e dar respostas urgentes, o que passa pela criação de «mais emprego, através de mais apoios às pequenas e médias empresas e de mais investimento público».
Em simultâneo, ainda segundo o presidente da formação comunista, não pode deixar de ser feita uma alteração aos critérios de atribuição do subsídio de desemprego que permita a um maior número de desempregados «manter um nível de vida mínimo numa situação tão grave».

Atacar as causas

Reagindo a este agravar do desemprego, também o Secretário-geral do PCP considerou que tais números vêm confirmar os alertas e perspectivas dos comunistas face a uma política que primou pelo «desprezo do aparelho produtivo».
A subida do desemprego «só vem confirmar aquilo que eram perspectivas sombrias que tínhamos e que muitas vezes repetimos, até à exaustão», sublinhou, observando que «não é preciso ser economista» para concluir que «se o aparelho produtivo está a ser destruído, logo o emprego é destruído».
Para Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas à margem de um jantar convívio realizado faz amanhã oito dias em Vendas Novas, urge por isso acabar com esta «política de desprezo do aparelho produtivo nacional», mudança esta que considerou vital, do mesmo modo que em sua opinião é imprescindível concretizar uma outra política fiscal e um maior apoio às micro, pequenas e médias empresas.
Enquanto isso não for feito, avisou, «todas as medidas tratarão apenas dos «efeitos» e não das «causas» do problema. Daí que, sustentou, a não ser resolvido este problema de fundo, «estaremos sempre a correr atrás do desemprego».


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